Geração conectada: como jovens estão trazendo pais e avós para o mundo dos jogos eletrônicos

Foto: Kampus Production/Pexels

Artigo em parceria com a agência GLUZ PR

Já faz algum tempo que a internet deixou de ser um espaço exclusivo dos mais jovens, em parte pela maior acessibilidade dos recursos digitais. De acordo com dados de uma pesquisa publicada pela ExpressVPN, metade dos indivíduos com mais de 69 anos afirma saber o básico sobre as tecnologias. 

Naturalmente, as maneiras como as gerações mais velhas aprenderam sobre a internet e seus recursos variam, com 67% dos pais e avós citando que dependem de filhos e netos para o suporte técnico. Ou seja: embora o aprendizado seja possível em qualquer idade, a ajuda de gerações jovens faz diferença!

Diante desse cenário, nós vamos explorar como a geração Z e os millennials não apenas auxiliam seus familiares mais velhos, mas também como estão os introduzindo ao mundo dos jogos eletrônicos. Mais do que ferramentas de conveniência, a internet é indispensável para o entretenimento moderno.

Filhos e netos como a porta de entrada para as atividades online

Segundo dados da pesquisa, a maioria dos adultos e jovens precisam ajudar seus familiares idosos com o uso de smartphones e computadores, com o percentual alcançando 80%. Isso significa que são filhos e netos quem introduzem a internet às gerações antigas. 

As razões são diversas: a possibilidade de manter contato com família, amigos e colegas de trabalho a partir das redes sociais e mensageiros instantâneos; maior independência no cumprimento de tarefas do cotidiano (como cozinhar ou encontrar um endereço); e substituição de objetos físicos por digitais.

Apesar de todos esses motivos válidos, aquele que sai na frente é o entretenimento. Da mesma forma que as gerações mais jovens usam a internet para assistir vídeos e jogar, também os boomers podem agregar atividades divertidas a partir dos dispositivos eletrônicos, desde que eles estejam protegidos.

O interesse das gerações mais velhas pelos jogos eletrônicos

A ideia de que os videogames são um hobby dos mais jovens é antiga, datando da década de 1980. Na época, as campanhas de marketing de jogos eletrônicos eram voltadas quase que exclusivamente às crianças e adolescentes; com títulos adultos sendo praticamente “enterrados” no mercado dos games.

Tudo isso mudou com o sucesso estrondoso da franquia “Mortal Kombat”, uma série de jogos de luta com teor violento elevado, e a qual mostrou ao público geral que videogames não eram uma atividade exclusiva dos mais jovens. O cenário observado hoje é apenas uma expansão dessa mudança de antes.

Nos tempos atuais, videogames são considerados um tipo de hobby para todas as idades, com franquias como “Pokémon” e “Legend of Zelda” sendo especialmente desenvolvidas para agradar gerações mais jovens e mais velhas, sem distinção. Não é surpresa, então, que os jogos atraiam players mais velhos.

Os títulos eletrônicos que mais interessam pais e avós

Voltando à pesquisa, vale a pena trazer um dado interessante: embora nós possamos imaginar que o tempo online vá reduzindo conforme a idade, a realidade é que esses números flutuam um pouco. Isso nos ajuda a compreender que não existe um padrão “único” de acordo com a idade.

Isto é: embora as pessoas mais velhas peçam mais auxílio às gerações jovens, o tempo que dedicam na internet não é consideravelmente menor. Diante disso, fica difícil assumir se existe um tipo de jogo que mais interessa às gerações mais velhas. O que é certo é que muitos buscam equivalentes online.

Se jogos de cartas são algo que interessam às gerações antigas, elas vão ser um público-alvo cativo de títulos do gênero na internet. Com um tempo que varia entre 11 e 20 horas online semanalmente, os “baby boomers” apreciam diferentes tipos de jogos digitais, dos mais diversos gêneros e dificuldades.

O avanço tecnológico e a acessibilidade dos games aos mais velhos

Até aqui nós direcionamos os esforços a entender o que atrai os idosos ao entretenimento nos espaços online e como as gerações mais jovens contribuem a esse propósito, mas vale a pena dedicar um tópico a outra razão valiosa e que muitas vezes é deixada de lado: a acessibilidade dos recursos online.

Jogos eletrônicos atuais oferecem uma infinidade de configurações que auxiliam aqueles que podem não enxergar ou ouvir tão bem. Aliado ao fato de que isso ajuda pessoas com deficiências, há também uma vantagem notória para idosos, permitindo que eles explorem os games de forma mais acessível e confortável, independentemente de limitações físicas ou cognitivas.

Esse avanço não se restringe apenas ao software. Os próprios dispositivos que dão acesso aos jogos têm se tornado mais intuitivos e fáceis de usar. Citando que os smartphones aparecem no topo, sendo utilizados por 85% dos indivíduos, é evidente que a portabilidade e simplicidade desses aparelhos são fatores essenciais para a inclusão digital.

Independentemente do jeito como os jogos online são apreciados pelos mais velhos, a presença deles é muito bem-vinda e reforça a importância de pensar em designs inclusivos.

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