Eden Hazard, Romelu Lukaku e Kevin de Bruyne. Três jogadores que em 2014, se firmaram como o futuro do futebol bélgico. Mas, não foram os pioneiros.
Adil ”ScreaM” Benrlitom, com 16 anos, foi o primeiro nome de uma geração que assustaria o mundo - mesmo que fora dos gramados.
Há 10 anos, na versão do jogo conhecida como ”Counter-Strike: Source”, Adil daria seus primeiros passos, atuando pela redLine.
É verdade que, pensando agora, quem diabos é Kévin “Uzzziii” Vernel que jogava ao lado de Adil? Ou melhor, como Vincent “Happy” Cervoni, que antes era conhecido como EMSTQD, já disputava torneios do lado da jovem promessa?


Pois é. Talvez o destino seja a melhor explicação, se é que realmente existe. Happy, ou melhor, EMSTQD, mal sabia que seria o líder que conduziria ScreaM a ser um dos nomes mais aclamados do CS:GO.
Aliás, quem sabia? Isso tudo faz 10 anos…
Passado o tempo, assim como De Bruyne amadureceu no Wolfsburg, ScreaM cresceu antes de retornar à VeryGames e finalmente fazer seu nome dentro do jogo que tanto ama(va)
Dominando as ligas inferiores e fazendo frente à Ninjas in Pyjmas e Fnatic, que eram times soberanos naquela época (2013), a VG fez por merecer e ganhou notoridade. Com isso, ScreaM foi junto no barco, fazendo com que aquele possivelmente tenha sido o melhor ano de sua carreira como jogador.
Incisivo e cirúrgico como um médico recheado de diplomas, o belga ganhou ainda mais atenção pela sua precisão única. E acabou sendo escolhido como o sétimo melhor jogador do mundo. E isso tudo há sete anos.
Entretanto, como uma Bastilha - sim, a prisão da França - o cenário francês também foi obliterado, mesmo que tal destruição não tenha durado para sempre. ScreaM, junto com a Titan pela polêmica de KQLY, também pagou o preço e acabou desaparecendo, ficando de canto por toda a situação.
Recebendo a chance de defender a G2 Esports, clube o qual defenderia por 1 ano e 2 dias, ScreaM ressurgiu como uma fênix. E não, não como o Lincoln ”fnx” Lau. Como um belga amadurecido, diferenciado e único. Como ScreaM.
367 dias, aproximadamente 8832 horas. Este foi o tempo para Adil retornar ao topo, e mais uma vez marcar seu nome na história do jogo, sendo elencado como o nono melhor jogador do mundo. O nono melhor em um planeta que conta com mais de 7 bilhões de pessoas. É, não é pouco.
Contudo, da mesma forma que um filme pode chegar em um final triste por escolhas do personagem principal, a história de ScreaM também chegou. E não, não existem relatos de falta de dedicação ou mau-caratismo. Mas qualquer mínima escolha muda o destino final.
E ele escolheu. ScreaM optou por manter seu estilo de jogo. Fazer jus ao apelido que recebeu: ”headshot machine”. Mas isso, com a evolução do jogo, não era suficiente. E ele ficou pra trás.
E… depois que fica pra trás, é tudo mais difícil. Tanto ter forças para voltar ao lugar que estava, quanto a reconhecer que talvez mudanças sejam necessárias. E isso, infelizmente, não aconteceu. Com 23 anos, optou por seguir o mesmo caminho, “deixando de lado” a evolução em outros aspectos do jogo. Isso custou caro.
Nos últimos 2 anos e meio como profissional, foi sendo aos poucos ultrapassado por outros atletas. Inclusive, hoje, se colocar lado a lado, Nabil “Nivera” Benrlitom, seu irmão - que também é profissional -, deve estar a sua frente. Mas claro, muito por ter aprendido com ele, principalmente nas escolhas.


Por fim, o talento de ScreaM era inquestionável. Mas, também, pelo carisma que detém, é inquestionável que se tornou uma figura maior do que realmente foi.
E tudo isso por escolhas.




