A nova FaZe: um supertime recheado de estrelas
Os boatos sobre a FaZe Clan começaram a surgir no cenário de CS:GO durante a pausa das férias. Supostamente a equipe havia aberto negociações com GuardiaN e Olofmeister para entrarem no lugar de Allu e Kioshima respectivamente.
A questão era: essa troca aconteceria por uma deficiência do elenco antigo ou seria a vontade de dominar o mundo com com um supertime recheado de estrelas?
Em primeiro lugar, vamos relembrar a entrada de NiKo na equipe logo no começo do ano. O jogador se mostrava extremamente promissor e muitas vezes tinha que carregar sua antiga equipe, a Mousesports. Ao entrar na FaZe Clan, o bósnio tinha pela primeira vez na carreira uma equipe que de fato o poderia levar mais longe nos campeonatos e assim trazer os tão sonhados troféus para ele e sua organização.
A estrela Niko
Logo em seu primeiro campeonato como titular, a Intel Extreme Masters XI – World Championship, NiKo alcançou o segundo lugar, perdendo para a Astralis por 3 a 1 na final.
No torneio seguinte, o StarLadder i-League StarSeries Season 3, a FaZe chegaria novamente à uma final. Seu adversário foi a equipe dinamarquesa de novo. Porém, desta vez eles seriam superiores e conquistariam o 1º e único título em LAN com KioShiMa e Allu no elenco.
A equipe vinha mostrando que poderia dar trabalho, mas ainda sim era muito inconsistente e cabia quase sempre a NiKo resolver as partidas. Durante a Intel Extreme Masters Season XII Sydney, onde novamente o time europeu chegaria à final, dessa vez contra a SK Gaming, tivemos jogadores falhando num round crucial na Train. Por conta disso, os brasileiros levarariam a melhor por 3 a 1 e a FaZe amargaria mais um vice campeonato.
A partir daí as criticas se tornaram mais presentes quanto ao desempenho de Allu. O sniper vivia de altos e baixos nas partidas, conseguindo acertar tiros de alto grau de dificuldade, mas pecando em lances considerados fáceis.
Entretanto, a equipe continuava a crescer e teve uma nova oportunidade de enfrentar a SK Gaming em uma final, desta vez pela Esports Championship Series Season 3 – Finals. Felizmente, a equipe acabou sendo novamente derrotada, adicionando o segundo vice consecutivo para os brasileiros em seu currículo.
A rivalidade entre as organizações se acentuava cada vez mais e os fãs ficavam ansiosos por um novo confronto, que não tardou a acontecer. Os times se enfrentariam pela ESL One Cologne 2017 mas não numa final e sim nas semifinais do torneio. E mais uma vez os europeus foram derrotados por FalleN e cia.
Por mais que tentasse, a FaZe não conseguia superar a equipe número 1 do mundo na época. Faltava poder de fogo. Faltava alguém que ao lado de NiKo e rain tivesse skill o suficiente para dar ao time um brilho maior.
O Major chegou e o time era considerado um dos favoritos ao título. Mas isso ficou longe de acontecer. A equipe teve um desempenho pífio, ficando inacreditavelmente no ÚLTIMO lugar do campeonato, ao lado do Vega Squadron.
A péssima campanha no maior campeonato mundial de CS foi uma pancada muito forte para os europeus. Depois de chegarem tão longe em outros torneios, cair de maneira tão precoce no Major rendeu muitas críticas à equipe, em especial ao desempenho de Allu e KioShiMa.
Eis que surge a nova lineup
Como uma bomba no cenário, foi anunciado que GuardiaN e Olofmeister iriam fazer parte do novo quinteto da FaZe, enquanto Kio e Allu seriam movidos para o banco de reservas.
A estreia em LAN não foi como a maioria esperava. A eliminação logo na fase de grupos da DreamHack Masters Malmö 2017 gerou dúvidas se o projeto poderia dar resultados, afinal de contas Olofmeister e GuardiaN não vinham tendo o melhor desempenho nas suas respectivas equipes.
O time passou algumas semanas em treino, até voltar a entrar em ação pela fase de grupos da ELEAGUE Premier 2017. Jogando em um grupo considerado por muitos como difícil, a equipe se classificou para a próxima etapa sem dificuldades, vencendo seus confrontos por 16 a 10 contra a Renegades e 16 a 06 contra a Natus Vincere.
Em seguida, pela ESL One New York 2017, o que vimos não pode ser descrito com simples palavras. O desempenho do time foi simplesmente ESPETACULAR. Virtus Pro, Astralis, Team Liquid, nenhum desses times foi capaz de parar a máquina de matar que a Faze Clan havia se tornado. A equipe foi campeã sem perder um mapa sequer, feito impressionante dentro da elite do CS.
Chegaram então os playoffs da ELEAGUE Premier e mais uma vez o time de estrelas esmagou todos os seus adversários, com direito a uma virada fantástica no primeiro mapa da final contra a Astralis. Invicta, a FaZe ergueu mais um troféu de maneira impressionante.
Mais do que títulos, a equipe europeia está sendo temida não apenas pelo seu bom momento, mas também pelo fato de que GuardiaN e Olofmeister estão voltando a jogar em alto nível e isso fará muita diferença nos próximos torneios.
O elenco atual é um “pacote completo”, com jogadores que tem potencial para decidir a qualquer momento e deixar o time em situação confortável.
Portanto, a nova potência FaZe veio para ficar e se tornar a uma dinastia do CS, como tantos outros times lendários já foram (Fnatic, Ninjas In Pyjamas,Virtus Pro). Só que diferente dessas equipes, o esquadrão europeu não é o que uma nação tem de mais promissor e sim o que um continente tem de melhor. Ao escolher por uma mudança mesmo com bons resultados, a organização deixou uma mensagem clara “Queremos e podemos dominar o mundo”.
Matheus Italo é redator do Pratas do Global. Confira seu canal de YouTube e página do Facebook.