O caótico map pool da MIBR; veja como a equipe desempenha nos mapas
A equipe de CS:GO da MIBR, atual número 15 do ranking da HLTV, enfrenta um momento de declínio de rendimento, que se tornou constante a partir da queda da 1ª posição no ranking, no começo de 2018. Desde então, a lineup sofreu 9 mudanças (considerando trocas de coach) e não conseguiu se entrosar. Nos meses seguintes, se manteve da 4ª a 11ª posição, até julho de 2019, quando atingiu o 15º, onde passou a vagar.
Assim, é importante destacar que a manutenção da equipe é fundamental para o bom desempenho no map pool. Ela permite entrosamento e desenvolvimento, quesitos que se ganha com o conhecimento de seus companheiros. Portanto, as constantes trocas são um grande problema no aperfeiçoamento dos mapas e acabam trazendo instabilidade e exponenciando o número de derrotas. Portanto, com a ênfase dada, vamos falar sobre números.
O map pool atual
O padrão do map pick da MIBR nos últimos anos foi banir Nuke, mapa que encontra mais dificuldades no dia a dia, além da seleção de Train ou Vertigo. A decisão de descartar Nuke vem sendo contestada por boa parte dos fãs, que veem a equipe desempenhando mal em outros mapas que continuam utilizando, como por exemplo Inferno, onde a MIBR possuiu uma taxa de apenas 39,5% de vitória em 2019.
O ponto fraco é que com um mapa padrão banido e mais um em que possuem dificuldades (Inferno), a brecha é aberta para que o adversário saia na vantagem. Por conta disso, a Inferno foi jogada 38 vezes ano passado pelos brasileiros, o 2º mapa mais jogado por eles. E isto é um problema muito grande em MD3. Nesse tipo de formato, o time só conseguiria voltar a ser competitivo com um entendimento melhor de Inferno e/ou Nuke.
Importante ressaltar que os dados usados na análise são todos de 2019, para representar com mais fidelidade a última fase do time.
Vertigo
Em 2019, o mapa se apresentou como o melhor do quinteto em aproveitamento, com 66,7% de vitórias. Apesar da boa marca, ele foi jogado apenas 12 vezes, sendo em diversas ocasiões banido pelo adversário.
Contra equipes do top 10, os brasileiros venceram 4 partidas e perderam apenas 2. Neste ano, a relevância do mapa na lista dos brasileiros parece ter aumentado, e já jogaram duas vezes em duas partidas, perdendo nos detalhes contra Liquid e NiP.
O grupo demonstra bom conhecimento do mapa, fazendo entradas efetivas com smokes e tendo ótimo sucesso em rounds onde sofrem a primeira morte (33%). Pelos números, o lado TR ainda é mais sobrecarregado, com o time vencendo apenas 48% dos rounds como CT.
Train
Train é figura carimbada no map pool dos brasileiros, aparecendo sempre entre os destaques. Embora a taxa de 62,5% de vitórias seja boa, ela cai para 53% em grandes eventos. Este é um número baixo para um mapa de confiança, tendo outras grandes lineups uma taxa de conversão maior, como, por exemplo, a Mirage da Liquid (75%) e da Evil Geniuses (80%) e a própria Train da mousesports (80%).
No mapa, a equipe mostra ótima qualidade com as flashes, conseguindo uma marca de 0.24 assistências por round. Como CT, conquista 63% dos rounds, tendo ótimas marcas mantendo a vantagem numérica e revertendo. Porém, é abaixo da média como TR, com apenas 44% dos rounds, se mostrando perdida em certos momentos dos jogos.
Overpass
Overpass também era um mapa de confiança da equipe nos últimos anos, mas seu uso caiu no segundo semestre de 2019, tendo sido jogado apenas 9 vezes desde junho. Apesar disso, a porcentagem de vitórias não é ruim: 54%, seja em todos os jogos e em grandes eventos (mesmo desempenho).
Como TR, lado mais complexo, a equipe tem uma boa marca, com 52,5% de rounds vencidos, facilidade nas openings kill (frags de entrada), grande dano com granadas e sabe jogar após tomar a first kill (30% de rounds ganhos). Como CT, também possui boas estatísticas, pecando apenas na trade kill, na qual consegue apenas 15,6% das vezes, abaixo da média de 21%.
Assim, Overpass é um mapa que pode ser mais usado e aproveitado pela equipe, igualmente à Vertigo.
Mirage
Foi o mapa mais jogado pela equipe em 2019: 44 vezes. Este costuma ser considerado o mapa em que ‘todos sabem jogar’. Esse equilíbrio se mostra presente nas 22 vitórias, 50% dos jogos. Contra lineups do top 10, os brasileiros apresentam 10 derrotas e 6 vitórias.
Do lado CT, há um número que se destaca: 60% de opening kills. Apesar dele, a equipe tem apenas 49% de vitória nos rounds, o que mostra a dificuldade em ganhar real vantagem apesar da superioridade numérica. Em contrapartida, também há uma dificuldade muito grande: o quinteto converte apenas 17,7% dos rounds em que sofre uma baixa antes do adversário, muito abaixo da média de 25 a 31%.
Atuando como TR, converte 53% dos rounds, mas tem um péssimo entry com apenas 47% de sucesso. Apesar disso, tem boa conversão dos rounds com vantagem ou desvantagem numérica.
Dust 2
Este é um mapa que a equipe possui péssimas marcas: 10 vitórias em 23 jogos durante a temporada; 4 vitórias em 12 jogos em grandes eventos (33%), ganhando 1 a cada 3 rounds disputados. Ao obter vantagem numérica, a MIBR converte apenas 69% destes rounds, e 61% em grandes eventos, contra uma média de 75% dos adversários.
Entre as grandes equipes, possui os piores recordes no mapa, apresentando números baixíssimos de multi e opening kills, rounds bem-sucedidos como CT (41%) e opening kills como TR (36% apenas).
Inferno
É o mapa de maior dificuldade para os brasileiros, vencendo apenas 15 em 38 partidas. Em grandes eventos, essa marca cai para 6 vitórias em 26 partidas. O quinteto mostra algumas dificuldades para manter a vantagem numérica (68,5% de rounds vencidos) e ainda mais para reverter a desvantagem (25%). Todavia, o aproveitamento dos brasileiros no mapa mudou nos últimos meses: subiu para 11 vitórias e 14 derrotas. Também chegou a 73% de sucesso em rounds com vantagem numérica.
A marca do quinteto como TR é de apenas 39% de vitória nos rounds e 37% de opening kill, além de números baixos de manutenção da superioridade numérica e reversão da superioridade adversária também. Como CT, a MIBR se destaca no early round, com 62% de sucesso na opening kill. No entanto, perde 34% dos rounds em que tem vantagem numérica, estatística bem expressiva.
Conclusão
O texto possui o objetivo de mostrar quais as maiores dificuldades da MIBR e quesitos específicos que devem ser praticados para que ela melhore em cada mapa. Essa evolução é realizada de maneira natural, olhando para os mapas separadamente e também para o coletivo e individual do time.
Completando, como já dito, a principal regra para que o map pool evolua é a manutenção da lineup. Consequentemente, a equipe desenvolverá entrosamento, quesito no qual teve grandes dificuldades nos últimos anos.
Por último, resta ao time e ao staff treinarem as estratégias, consertarem as falhas táticas e de jogabilidade, individuais ou coletivas e conseguirem manter tudo isso em dia.
Acho engraçado que todo mundo tem a solução pra Mibr voltar a vencer campeonatos. Parece que nao entendem que os jogadores tem um auge e o auge dos jogadores da Mibr já passou. Simples assim.