RECHAO: “O cenário precisa de pessoas que tratem o competitivo do Paladins como algo profissional”
Tivemos a oportunidade de entrevistar Guilherme “RECHAO” Recher, jogador profissional de Paladins pela Spacestation Gaming. A organização norte-americana possui uma equipe composta por cinco brasileiros e conquistou o 3º-4º lugar no mundial desse ano. Dentre outros assuntos ele falou sobre sua carreira e também sobre como está o cenário de Paladins no Brasil.
Primeiramente RECHAO, o Paladins não é um jogo tão popular no Brasil comparado a outros títulos e por isso gostaria que se apresentasse para o nosso público e falasse um pouco sobre você. Conte-nos um pouco da sua história, sobre seu início no Paladins e como acabou indo para a Spacestation.
Meu nome é Guilherme Recher, mais conhecido no Paladins como “RECHAO”. Comecei a jogar no final de 2016 com alguns amigos com o intuito de se divertir e com o passar do tempo fui pegando gosto pelo jogo e acabei entrando em um time para disputar um campeonato que valia muito dinheiro na época, se não me engano eram $10.000.
Disputamos esse campeonato e ficamos em 4° lugar. Fiquei muito feliz por ser o meu primeiro torneio e já estar ganhando dinheiro com isso, então continuei no cenário competitivo sempre evoluindo.
Passei por diversos times até entrar na Brave e-Sports, que era o time brasileiro top 1 na época. Passou um tempo e fomos para a IDM Gaming, que foi a organização que jogamos o presencial de São Paulo que dava vaga para o Mundial de Atlanta em janeiro de 2018.
Jogamos esse presencial e ganhamos da Black Dragons por 4 a 0 em uma MD7. Logo em seguida, deveríamos tirar os vistos para viajar para Atlanta, mas ocorreu conflito dentro da org sobre os vistos e não iam pagar mais eles, então não renovaram nossos contratos e ficamos sem organização.
Faltando 1 mês para viajarmos, e ainda estávamos sem vistos e organização para representar, a Spacestation Gaming entrou em contato com a gente através do Twitter dizendo que iriam bancar todos nossos vistos para que a gente representasse eles naquele mundial. A gente teve propostas melhores na época com salário melhor, mas nós decidimos confiar neles e não me arrependo nem um pouco disso. A Spacestation Gaming foi como uma família para a gente e continua sendo.
Como você vê o cenário de Paladins no mundo em relação a outros jogos já estabelecidos?
Paladins é um jogo muito bom e com um futuro promissor, mas muito pouco conhecido. Tem grande potencial para ser um jogo de alto nível competitivo, mas falta mais investimento da Hi-Rez (produtora do Paladins) e interesse dos jogadores. O jogo recentemente saiu do Beta.
No Brasil, como está o ambiente para um jogador que sonha em se tornar um profissional? E o que você imagina que o cenário precisa para melhorar nesse aspecto?
Atualmente, eu não vejo muitos desafios para quem quiser entrar no cenário competitivo de Paladins brasileiro. São mais desafios pessoais sobre família e estudo, já que o jogo só dá dinheiro a longo prazo.
O cenário precisa de pessoas que tratem o competitivo do Paladins como algo profissional, existem muitos players com talento, mas que não levam o jogo a sério e acabam não dando certo e consequentemente desistindo.
Vocês tiveram que vencer a PGS Brasil para ter a chance de disputar o mundial e consequentemente enfrentaram equipes nacionais. Qual o nível dos times locais comparado com o que vocês encaram lá fora?
O nível do Brasil comparado aos times lá de fora é inferior, mas isso acontece por causa da própria comunidade brasileira que não se dispõe de jogar com times de nível maior para evoluir. Todos sabem que nós treinamos contra os times NA e LATAM, por falta de times BR no mesmo nível que o nosso. Já ralamos muito por jogar com o ping algo em outro servidor para treinar.
No Brasil, existe muito time acomodado que joga pra ganhar e não evoluir. O que eu quero dizer para os times é que não se acomodem, sempre tentem aprender, evoluir e buscar novos desafios.
O desempenho da Spacestation no mundial foi excelente e por pouco vocês não garantiram vaga na grande final. De que forma você vê a campanha do time e o que acha que faltou para conseguirem ir ainda mais longe?
Nosso time tem muito o que aprender ainda, temos muito o que evoluir. Aquela semifinal foi um jogo que ambos os times se conheciam. Nós treinávamos contra a Envyus toda semana, portanto eles sabiam bastante coisas da gente e nós deles. Perdemos por causa de erros bobos, drafts e um pouco da comunicação, já que tínhamos o Saadhak que contratamos como coach, mas teve que ir como player para Atlanta, pois um de nossos jogadores não conseguiu tirar o visto (Aspexy).
Quais são seus principais sonhos e objetivos na carreira de pro player?
Acho que o principal sonho de qualquer pro player é ganhar dinheiro para conseguir viver jogando e meu maior objetivo como pro player seria pegar o top 1 mundial com o meu time.
Os esports como um todo vem crescendo muito no Brasil nos últimos anos e já aconteceram grandes eventos internacionais pelo país. Acredita ser possível a Hi-Rez trazer um evento de porte médio ou grande para cá algum dia?
Isso é difícil dizer. Talvez um campeonato presencial que dê vaga para um campeonato internacional, mas isso depende da Hi-Rez, não sei dizer ao certo, depende de como o jogo vai crescer em 2019.
Pra finalizar, mande uma mensagem para os que te conhecem e para os que ainda irão conhecer. Fique à vontade.
Primeiro queria agradecer a oportunidade da entrevista e queria agradecer a todos que apoiam a mim ou a SSG, e queria dizer que 2019 trará muitas novidades pro cenário. Novidades em breve!
Tem desafio, não acha uma partida
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