Lançado como a principal aposta da Razer para o público competitivo, o Huntsman V3 Pro é um teclado com foco total em performance. Ele chegou ao mercado trazendo os novos switches ópticos analógicos da segunda geração, capazes de detectar níveis variados de pressão e oferecer um nível de personalização raramente visto em teclados gamer.
Entre os principais diferenciais, estão funções como o Rapid Trigger, que permite que as teclas sejam ativadas e desativadas com deslocamento mínimo — ideal para comandos repetitivos e reações ultrarrápidas em jogos como CS2 ou VALORANT —, além do Snap Tap, que prioriza o input mais recente em casos de teclas pressionadas simultaneamente, facilitando trocas de direção com mais precisão.
Disponível nas versões full-size, TKL (tenkeyless) e Mini (60%), o Huntsman V3 Pro combina construção robusta em alumínio, keycaps em PBT doubleshot e iluminação RGB discreta com memória interna para até seis perfis. O modelo ainda conta com polling rate de 1000 Hz, suporte a N-key rollover e um apoio de mão magnético incluso nas versões maiores.


Mas será que ele se adapta bem ao uso diário fora do cenário competitivo? Após vários meses usando o teclado para produtividade no Mac, e recentemente realizando os primeiros testes em jogos no Windows, aqui vão minhas impressões.
Experiência de uso no dia a dia
De cara, o visual do teclado é o que mais chama a atenção. As teclas parecem flutuar sobre a base, com um design moderno, minimalista e muito bonito. A iluminação RGB segue essa linha: discreta, elegante e muito bem distribuída. Mesmo ligada o tempo todo, não incomoda — muito pelo contrário, dá um charme extra.
O apoio de mão é outro ponto bastante positivo. Ele tem o tamanho ideal, é confortável e ainda conta com um ímã magnético que o mantém sempre no lugar.


No entanto, para quem usa o PC mais para trabalho, o teclado pode não ser tão lindo assim. As teclas fazem bastante barulho — algo que entendo fazer total sentido em jogos por conta do feedback sonoro, mas que pode incomodar em ambientes de trabalho. Outro ponto que me atrapalha até hoje é o formato da tecla “Enter”, que às vezes acabo pressionando sem querer e enviando mensagens cortadas.
O fato de ele ter fio também pesa contra, ao menos no uso cotidiano. Entendo que, para jogos competitivos, a conexão cabeada garante mais estabilidade e resposta imediata. Mas no dia a dia, especialmente para quem preza por um setup mais limpo, é mais uma coisa poluindo a mesa.
Primeira experiência no Windows e o Razer Synapse
Ao conectar o teclado no Windows, fui recebido automaticamente pela interface de instalação do Razer Synapse. É sempre bom ver esse tipo de integração plug-and-play, que facilita a vida de quem quer apenas curtir e jogar. Mas logo o processo se mostrou mais complicado do que o esperado.
Foram várias etapas separadas: instalação do programa, atualização antes do login, nova atualização após o login, download do módulo do teclado e, por fim, uma reinicialização do PC. E ainda teve uma atualização de firmware à parte, que apareceu depois. Foram tantas etapas até poder usurfuir de tudo o que teclado oferece que me deu até preguiça de começar a jogar.
Acho que tudo isso poderia ser resolvido com uma interface unificada, que mostrasse todas as etapas de uma vez. É meio frustrante passar por tantos downloads e telas diferentes para começar a usar o teclado.
Por outro lado, uma vez instalado, o Synapse é excelente. A interface é clara, os ajustes respondem imediatamente e é possível configurar desde o ponto de atuação até os efeitos de luz com muita facilidade. É um software bem construído e intuitivo.






Jogando com o Huntsman V3 Pro
Minha primeira sessão de jogo foi com as configurações de fábrica. De cara, a sensibilidade do teclado me causou estranhamento: bastava encostar levemente em uma das teclas (WASD) para o personagem começar a se mover. A sensação era de que ele estava andando sobre nuvens.
Entretanto, essa estranheza acabou virando algo positivo. Após algumas horas, passei a gostar da leveza. A sensação de fazer menos esforço para se movimentar resultou também em maior precisão de movimento.
Experimentei depois aumentar o ponto de acionamento, fazendo com que eu realmente tivesse que apertar as teclas para elas funcionarem e, sinceramente, odiei. Mesmo tendo jogando com teclados tradicionais a vida toda, o conforto do toque leve do Huntsman me conquistou em apenas uma sessão.
Outro ponto positivo vai novamente para o software. As alterações feitas no Synapse foram aplicadas na hora e com resultados perceptíveis.
Snap Tap em ação


Outro recurso que testei foi o polêmico Snap Tap. Aqui, vale ressaltar que hoje em dia sou jogador de single player, então minhas jogatinas foram feitas em jogos offline.
Em determinado momento, me vi cercado por inimigos. No desespero, acabei apertando várias teclas ao mesmo tempo, e foi a oportunidade ideal para testar a funcionalidade. Sem surpresas, o Snap Tap funcionou perfeitamente: o teclado priorizou o último comando e, por conta disso, ainda acabou me ajudando a escapar da situação, já que comecei a andar para o lado correto e saí da emboscada. Possivelmente em um outro teclado, teria ficado parado e morrido.
Sei que a Razer “vendeu” a função para strafes mais precisos, mas isso sinceramente não pude atestar muito bem, pois não senti diferença alguma (sim, eu faço strafes em jogos single player). Talvez meus anos de experiência em FPS fizeram meus strafes serem muito bons, ou talvez eu seja ruim demais para ter esse tipo de sensibildade, rs.
Veredito
Depois de vários meses de uso cotidiano e algumas horas jogando, posso dizer que o Razer Huntsman V3 Pro é um teclado gamer de alto nível. A performance em jogos é excelente, o grau de customização é muito bom, e o visual é apaixonante (sério, é o teclado mais bonito que já tive por uma margem grande).
Mas para quem não joga com tanta frequência e usa o computador mais para produtividade, talvez o investimento não se justifique. O barulho e a digitação não são das melhores e é algo que me incomoda até hoje, mesmo depois de alguns meses de uso.
Porém, acredito que puramente para jogos, ele seja uma das melhores escolhas. Já tive outros teclados gamers que não chegavam nem aos pés dele. Fora que muitos desses periféricos possuem uma iluminação RGB que chega a ser irritante. O do Huntsman é muito elegante e por muitas vezes eu até esqueço que ela existe.
Ah, e só pra não deixar passar: a tecla de volume é muito maneira. Sério, me sentia um DJ toda vez que girava ela. Detalhes assim mostram que a Razer pensou em cada aspecto da experiência, e isso merece elogios.


Nota do editor: o The Clutch recebeu um Huntsman V3 Pro exclusivamente para esse review.




