Review: apesar da campanha controversa, Black Ops 7 acerta em cheio no multiplayer

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Imagem: Divulgação/Actvision

Call of Duty: Black Ops 7 chega como um dos lançamentos mais ambiciosos da franquia em anos. É um pacote robusto, que arrisca, testa limites e divide opiniões logo de cara. A campanha assume uma identidade completamente nova, o Zombies retorna grandioso e o multiplayer atinge um nível que a série não via há muito tempo. É um COD que tenta mudar e, em muitos aspectos, acerta em cheio.

Abrace a loucura!

Desde as primeiras prévias, já era possível perceber que a campanha seria o ponto mais discutido de Black Ops 7. E é importante destacar que ela não é ruim. Mas também não entrega o tipo de narrativa tradicional que marcou as campanhas anteriores da série. O jogo aborda terrorismo biológico e usa alucinações de maneira contextual, sem mergulhar na fantasia irrestrita que muitos imaginaram. Ainda assim, a ruptura estética é suficiente para gerar estranhamento entre fãs acostumados a histórias mais alinhadas ao realismo militar.

Imagem: Captura de tela/Rebeca Pinho

Os trailers e até o slogan Abrace a Loucura já indicavam essa mudança de direção. A execução traz fases variadas e divertidas, chefes interessantes e uma vilã de respeito. O cooperativo enriquece toda a experiência, enquanto jogar solo evidencia alguns dos principais problemas do modo: conexão obrigatória, ausência de checkpoints e desequilíbrio quando outros jogadores deixam a partida. Para aproveitar o que a campanha oferece de melhor, é recomendável jogá-la com amigos e evitar o matchmaking automático.

A comparação com a camapnha Black Ops 6, que foi extremamente elogiado pelo clima policial e a dose impar de espionagem, contribui para o choque inicial. BO7 segue outro caminho, mais experimental, e mesmo afastando a campanha da identidade militar clássica, entrega momentos sólidos e uma tentativa clara de inovar dentro da franquia.

O destaque fica para o endgame da campanha, uma novidade absoluta para Call of Duty. O modo funciona como um extraction shooter totalmente PvE, com progressão clara, equipamentos que evoluem a cada incursão e um mapa cheio de atividades. Há uma boss fight que exige coordenação de múltiplos jogadores e recompensas exclusivas que devem manter o engajamento do público. É uma aposta promissora e um dos elementos mais interessantes introduzidos no jogo nos últimos anos.

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Imagem: Captura de tela/Rebeca Pinho

Vale mencionar que a campanha agora inclui camuflagens exclusivas. Aliás, esse é um dos pontos altos de Black Ops 7: nunca houve tantas para desbloquear. A Activision também fez ajustes para deixar a progressão mais acessível, o que ajuda a equilibrar a chegada dessa nova leva de skins.

Zombies é promissor

O modo Zombies volta mais forte do que nunca. O novo mapa, Cinzas dos Condenados, é amplo, bem construído e apresenta um dos easter eggs mais complexos e desafiadores da história do modo. Após completar a missão principal, um endgame adicional eleva a dificuldade e oferece recompensas valiosas.

Além disso, há um modo Horda para quem busca avanço por rounds e um modo Arcade inspirado em um minigame clássico da franquia. A variedade e o cuidado com o conteúdo deixam claro que Zombies será uma prioridade ao longo do ciclo de vida do jogo.

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Imagem: Captura de tela/Rebeca Pinho

Melhor multiplayer em anos

O multiplayer é o grande triunfo de Black Ops 7. A Treyarch finalmente atendeu a um pedido antigo da comunidade e retirou o sistema de SBMM rígido das partidas casuais. O resultado é imediato: confrontos realmente imprevisíveis, lobby misto, variedade de estilos de jogo e uma sensação de espontaneidade que a série havia perdido.

Mesmo com essa diversidade de níveis de habilidade, a maioria das partidas demonstra equilíbrio. O novo sistema de wall jump adiciona profundidade ao movimento e aumenta o dinamismo do combate. O nerf real no aim assist torna as partidas mais justas e devolve valor à precisão do jogador. Os mapas representam um salto de qualidade em relação a Black Ops 6, com espaços maiores, melhor ritmo e um fluxo que acerta de forma inédita o equilíbrio entre agressividade e estratégia.

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Imagem: Captura de tela/Rebeca Pinho

Com o fim do SBMM, aliados a mapas excelentes, armas eficientes e novas possibilidades de camuflagens (agora mais acessíveis), não é exagero dizer que este é o melhor multiplayer que a franquia entregou em muitos anos.

Call of Duty: Black Ops 7 vale a pena?

Black Ops 7 não tem medo de experimentar. A campanha cooperativa quebra expectativas e não vai agradar todo mundo, mas apresenta boas ideias, coragem e um endgame promissor. O Zombies vive uma excelente fase, enquanto o multiplayer atinge um patamar histórico. No fim das contas, o conjunto da obra consolida o jogo como um dos melhores Call of Duty já feitos.

Nota do The Clutch: 9

Por fim, para a elaboração deste review, nossa redatora recebeu uma cópia do jogo cedida pela representante nacional da Activision.

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