Lucas “Maestro” Pierre foi anunciado nesta sexta-feira (24) como head coach da FURIA. Antes de seu anúncio, Jaime Padua, CEO da organização, conversou com jornalistas a respeito do projeto de longo prazo para a modalidade. O dirigente, inclusive, chegou a tuitar em seu perfil oficial que a FURIA está para escrever uma nova página em sua história.
Perguntado sobre a possibilidade de trabalhar com imports, assim como foi nesta temporada, Jaime afirma não descartar a alternativa, mas que dará preferência a nomes do cenário local. Além disso, ele fez um panorama sobre a experiência da FURIA ao trazer imports para o CBLOL.
“Nossa experiência com imports não foi legal e é evidente para todo mundo. Eu acho que gente tentou criar um ambiente que fosse propício e não acertamos a mão. Não faltou empenho, dedicação, todo mundo trabalhou bem para isso, mas existem barreiras de trabalhar com import, que é a comunicação, e ela afeta dentro e fora de jogo. Mas não significa que não podemos ter”, revelou o dirigente.
“Quando trabalho com a comissão técnica, penso em dar mais oportunidades para jogadores brasileiros. Na minha opinião, quando você trabalha com coreanos, por exemplo, está cobrindo um buraco de curto prazo, suprir uma necessidade temporária enquanto está formando um jogador ou para ajudar a treinar os outros que estão na equipe. Porém, a minha expectativa é: passa o 1º Split e você já tem um novo problema pela frente, porque os imports têm vida curta no Brasil. Se eu puder escolher, será por atletas da nossa região”, completou.
Além disso, ele fez questão de destacar o excelente trabalho da organização em revelar novos jogadores, citando outras modalidades de destaque.
“A FURIA tem o DNA de apostar em novos jogadores. Em todas as modalidades que fizemos isso colhemos bons frutos. No CS:GO, trouxemos kscerato e yuurih, e no R6 apostamos no Fntzy e no r4re. Então, a gente tem o talento de dar oportunidades. Eu não vejo um modelo correto dentro de esports”, contou Jaime.
Jaime também comentou sobre modelos de formação de jogadores, onde destaca equipes que apostam em jogadores jovens, em elencos modelo Galático (em alusão ao Real Madrid) e um mais flexível (uma mescla dos dois). Ele, inclusive, conta que a FURIA busca pela flexibilidade.
“Eu enxergo a FURIA num modelo mais flexível, pois temos condição de fazer investimento e criar jogadores. Fizemos um trabalho bem feito na categoria de base, porém não fechamos a oportunidade para possíveis medalhões e jogadores que se encaixem na nossa filosofia, a pegada de profissionalismo, a ambição de querer conquistar grandes coisas, de evoluir todos os dias e de trabalhar incansavelmente”.
Antes de fechar com a FURIA, Maestro revelou ter conversado com outras equipes. Contudo, para ele, o ambiente proporcionado pela organização pode ajudar a construir um legado no cenário competitivo.
“Eu tive conversa com diversas organizações, foi bacana, tive uma oportunidade de conhecer um pouco cada uma delas, com uma visão e jeito diferente de fazer e pensar o LoL, o futuro. Não é só sobre conquistar grandes objetivos, pois está no DNA da FURIA, mas também de clicar as filosofias. Tenho certeza que construindo o time do jeito certo e fazendo as coisas de maneira correta os resultados virão com o tempo”, disse Maestro.
“Não é só sobre o próximo CBLOL, igual o Jaime já falou várias vezes comigo, é sobre criar um legado, algo maior do que isso, fazer uma época de ouro para a organização, jogadores e comissão técnica. Eu passei até pelo office recentemente e dá pra imaginar o pessoal curtindo, torcendo, é uma energia muito boa, melhora o trabalho de todo mundo e, sem cada uma dessas peças, acho que não é possível atingir essa grandeza”, completou.
Jaime também aproveitou a oportunidade para dizer que Maestro terá liberdade e poder de decisão dentro da divisão de League of Legends da FURIA. Para o dirigente, o treinador será o principal responsável pela reformulação do elenco para 2022.
“O Maestro é o nosso craque do League of Legends, ele veio para me ensinar sobre [a modalidade]. Eu dei total liberdade e poder para ele tomar as decisões. Eu confio cegamente que ele vai ser o cara que vai ficar na FURIA não só por dois ou três anos, mas por muitos anos. Ele vai ser o comandante da nossa divisão [de League of Legends], como head coach, e tem total aptidão e poder para tomar as decisões”, afirmou o CEO.
A FURIA terminou o 2º Split do CBLOL na última colocação. Este foi o pior resultado da organização, que participa da competição desde a temporada passada, após aquisição da Uppercut Esports. No Academy, foram vice-campeões do 1º Split ao perderam para o Flamengo na final e caíram nas semifinais do 2º Split também para o rubro-negro.
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