A movimentação de brasileiros entrando para comissões técnicas de equipes de League of Legends (LoL) no exterior tem se tornado um fenômeno bastante comum nos últimos anos. Desde ligas como a LLA até o tier 2 europeu, muitos treinadores e analistas estão se aventurando em outras regiões em busca de experiência no competitivo.
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De nomes mais conhecidos a outros menos badalados, existe um que surpreende por seu perfil bem jovem. Trata-se de Guilherme “Fiori” Silva que, aos 15 anos de idade, compõe a equipe técnica da XTEN Esports, da LLA. O The Clutch teve a oportunidade de conversar com o jovem para falar sobre suas experiências na RED Canids Kalunga e expectativas nesta nova fase da sua carreira.
🇧🇷 Como anunciado, vou estar com a @XTENEsports esse split e será uma honra representar o Brasil e essa equipe que me deu essa grande oportunidade! Vamos trabalhar duro e podem ter certeza que vou dar meu melhor! #BOTARMY 🤖🤖🤖
— XTEN Fiori 🤖 (@Fiori_lol) June 30, 2021
🇪🇸 Como se anunció, estaré con @XTENEsports este https://t.co/54AXlZJpjg
Fiori começou contando como foi seu primeiro contato com o cenário competitivo. Quando perguntado sobre sua ida para a equipe Academy da RED, o jovem afirmou que foi convidado por Coelho Rabaiolli, Head Coach do time principal, após passar na seletiva.
“No geral, foi uma das grandes oportunidades que eu tive. Participei da seletiva deles, consegui passar e fui convidado pelo Coelho. Foi realmente muito legal, consegui aprender bastante com ele, com o Grevthar. Com certeza foi um bom ambiente de aprendizado”, revelou Guilherme.
Ele também citou o comandante da Matilha como um dos pilares para seguir a carreira de treinador. Outro nome, inclusive fora dos esports, mencionado por Fiori como inspiração foi o de Bernardinho, técnico multicampeão com a seleção brasileira de vôlei.
“Tenho duas pessoas: uma dentro e outra fora do LoL. Quando eu passei no teste da RED, conhecei o Coelho, e hoje, é uma das minhas maiores inspirações. O cara manja muito do jogo, sabe lidar com pessoas bem, trouxe jogadores do tier 3 para o CBLOL. Não é um cara que vemos muito, não aparece em redes sociais. Ele é muito focado e sabe treinar bem as pessoas. Do esporte tradicional, gosto bastante do Bernardinho”, disse.
Por se tratar de um perfil bastante jovem para uma posição tão importante e cobrada por torcedores, Fiori revelou que teve grande apoio enquanto esteve na RED Canids Kalunga, e o mesmo acontece agora na XTEN.
“Eu tive uma assistência muito boa quando eu estava na RED. A comissão técnica falou que eu não teria que ignorar meus estudos tradicionais, até porque isso poderia ficar pesado. Então acabei tendo um apoio bacana lá. Na XTEN, eles também estão me ajudando bastante”, contou.
Para Fiori, ter a chance de trabalhar com o romeno Daniel “Exorant” Hume – com passagens por Team Liquid, SuperMassive e INTZ – pode ser a chance da equipe mostrar seu valor contra as demais da LLA.
“Toda a minha equipe [na XTEN] traz uma bagagem muito boa. Estou trabalhando com um coach que tem anos de experiência, com passagens por várias regiões e é um cara muito bom. Os players também são antigos e já passaram por vários times e realmente vai ser muito bom. Espero que a gente consiga bons resultados e estaremos trabalhando duro para provar nosso valor e, claro, pegar o máximo de experiência”, disse Guilherme.
Mesmo com o Brasil não tendo bons resultados internacionalmente, o jovem treinador acredita que a região é um bom espaço para revelar não só jogadores, mas também técnicos e analistas talentosos. Além disso, a ida de brasileiros ao exterior, segundo ele, pode servir como forma de demonstrar o potencial do país.
“Acredito que o Brasil, como a gente bem sabe, não é uma das regiões mais privilegiadas de todas. Tem muitos problemas, regionais e culturais. Enfim, vários fatores que fazem nossa região não ser tão forte em questões gerais. Mas, acredito que ter um representante ali [no exterior] – seja como analista, coach ou head coach – é algo que pode começar a trazer um pouquinho a cara do Brasil. Acho que está começando a se tornar comum, temos coaching staff bons por aqui. Ao longo do tempo, vai surgir mais gente e iremos começar a mostrar que a gente tem o nosso valor e podemos surpreender”, afirmou.
Fiora também destacou a ascensão do cenário latino-americano. Segundo ele, a região tem grande potencial de se equiparar com as principais ligas da atualidade.
“A LLA é uma das regiões que mais tem crescido no mundo. Acredito que o nível técnico deles é melhor por uma questão de jogar com outras regiões [como a América do Norte] e dos imports. É como se cada time lá tivesse um coreano. Então, sinto que está bom, não muito alto, e acho que no futuro eles consigam atingir o nível de uma liga mais alta”, comentou.