Apaixonado por games desde cedo, David Tavares teve acesso a alguns dos principais videogames do mundo. Do Mega Drive ao PlayStation 4, conviveu de perto com os jogos desde novo até decidir cursar jornalismo e seguir uma carreira “comum”, se dedicando para fazer a cobertura de eventos esportivos e de futebol, uma das maiores paixões dos brasileiros.
Entretanto, assim como este que vos escreve, David Tavares viu tudo mudar de uma hora para outra quando teve acesso ao mundo dos jogos e esporte eletrônico fora da “quarta parede”. Hoje, se descobriu como um dos principais apresentadores e streamers da cena, representante de grandes empresas como o Banco do Brasil, SBT e, mais recentemente, ingressando à Nau vascaína.
“Eu apresento as pessoas, apresento o evento. Mostro o que está acontecendo e trago detalhes daquela situação. Como apresentador, é um prazer estar no meio dos games e esports. Eu sabia que não poderia ser um jogador profissional porque necessita de muito treinamento e dedicação, e eu já não estava naquela fase. Então, por que não apresentar quem faz isso? Foi aí que minha vida mudou”, disse.
Antes mesmo de descobrir o próprio talento com os jogos e esporte eletrônico, David sempre esteve rodeado pelo mundo dos games. Como supracitado, Mega Drive (desconhecido pela maioria do público mais jovem) esteve entre os consoles que passaram pelas mãos do apresentador.
A mudança de chave, no entanto, aconteceu anos depois, quando David Tavares já estava focado no jornalismo tido como mais “tradicional”. Após anos de experiência, virou a chave nerd que sempre guardou com muito carinho e teve o primeiro contato com o mundo profissional dos jogos na Brasil Game Show, quando foi chamado para trabalhar.
“Eu gostava muito de futebol e fui trabalhar com jornalismo esportivo no Jornal Fluminense. Acabei ficando muito tempo e cobrindo grandes eventos e, em 2017, fui chamado para trabalhar na Brasil Game Show. Levei um projeto como apresentar, que ficou na gaveta por meses e depois foi para frente. Acabou que foi um retorno ao mundo dos games”.
Ao lado de uma grande empresa, David Tavares viu desde cedo o crescimento do esporte eletrônico. Naquela época, em 2017, o Counter-Strike: Global Offensive vivia o apogeu do cenário brasileiro e, no ano seguinte, o esporte eletrônico se provava ainda mais capacitado de se tornar gigante com a entrada de empresas como o Banco do Brasil.
“Eu podia ver, de fato, o que podia acontecer. Em 2017, acompanhei mudanças no cenário e vi que estava crescendo cada vez mais”, relembrou o apresentador. Hoje, o que parecia ser apenas uma empresa se arriscando em um universo obscuro, se tornou um fenômeno cada vez mais comum. “Eu acho que o Banco do Brasil deve ter feito muitas outras empresas a se inspirar”.
Com o passar dos anos, David Tavares não foi testemunha apenas da mudança no macro com a chegada de grandes empresas. Ele também viu o micro passar por reformulações, principalmente no mundo dos narradores. “Primo de profissão” dos casters, ele consegue ver melhor do que ninguém o quanto que é preciso se adaptar às modificações do cenário.
“Temos um conceito básico de narração, que é trazer os detalhes do jogo, etc. O Gaules trouxe essa nova modalidade, podemos dizer assim. E isso cresceu e se tornou referência. Por mais que ainda tenha espaço para os narradores tradicionais, tem esse espaço que o Gaules acabou trazendo. Creio que se renovar não seja fácil, e é preciso estudar muito, ver tendências”.
Experiente, um dos primeiros nomes a se aventurar no mundo das apresentações de games no Brasil também ressalta a responsabilidade que ele traz. Além das dezenas de milhares de seguidores nas redes sociais, ele também aponta que é preciso saber se comportar durante as apresentações, quando você fala para milhares de pessoas.
“A gente só consegue entender quem a gente está atingindo, de fato, nos grandes eventos. Quando tem um grande evento, as pessoas te reconhecem. Isso é muito gratificante, mas traz essa responsabilidade”, falou um dos grandes nomes da categoria no país.