Nada é o que parece: os maiores plot twists dos videogames

BioShock
Foto: Reprodução/Steam

Na maioria dos jogos, a trama segue um caminho previsível, onde o protagonista evolui, ganha poder, supera obstáculos e, aos poucos, assume o controle da situação. Seja em aventuras, RPGs, shooters ou até títulos de terror psicológico, o jogador costuma avançar com a sensação de que está no comando, e que tudo faz parte de um plano claro. Mas às vezes, o próprio jogo vira a mesa.

De repente, nada é o que parece, e a narrativa se inverte. O herói descobre que estava sendo manipulado o tempo todo, ou a missão que parecia justa se revela um erro trágico. É nesses momentos que surgem as reviravoltas mais impactantes, aquelas que surpreendem e mudam totalmente a forma como o jogador enxerga toda a jornada.

É como encontrar, em um jogo como o Slottica, um recurso secreto que sempre esteve ali, escondido à vista de todos. O choque é inevitável e também inesquecível. Quando tudo faz sentido no fim, o jogador sente que foi enganado, mas de forma brilhante.

BioShock: a ilusão da liberdade

O jogador explora uma cidade subaquática para derrubar um tirano. Durante a jornada, um aliado pede favores simples, sempre acompanhados da frase “Would you kindly”. O choque vem no final: essa frase era um comando de controle mental. Nada do que foi feito era escolha do jogador.

Essa virada tem dois impactos principais. O primeiro é que ela revela que tanto o personagem quanto o jogador foram manipulados do mesmo modo. Além disso, provoca uma reflexão sobre o quanto o livre-arbítrio realmente existe nos videogames.

Gameplay BioShock
Imagem: Reprodução/Steam

KOTOR: o herói era o vilão

Em Star Wars: Knights of the Old Republic, o jogador persegue um líder Sith por toda a galáxia. Quando o confronto final se aproxima, vem a revelação que o protagonista é o próprio Darth Revan, mas com memórias apagadas.

Essa descoberta gera um choque de identidade entre os personagens, especialmente os aliados próximos, e lança o jogador em um dilema moral: seguir o caminho do bem ou retornar ao lado sombrio da Força?

Metal Gear Solid 2: o protagonista que ninguém esperava

Os trailers prometiam Solid Snake, mas o controle logo passa para Raiden, um novato. A troca de papéis faz parte de um experimento da inteligência artificial que manipula informações e expectativas do jogador.

Essa decisão narrativa quebra a quarta parede e transforma o jogo em um comentário sobre desinformação. A substituição inesperada do protagonista gerou intensos debates entre os fãs e se tornou um dos momentos mais controversos da série.

Spec Ops: The Line: o inimigo era você

O jogo parece um shooter militar comum. Aos poucos, o jogador descobre que as atrocidades foram cometidas por seu próprio esquadrão, sob efeito de traumas psicológicos. O vilão já estava morto desde o início.

Essa reviravolta funciona como uma crítica ao romantismo da guerra nos videogames. A cada disparo, o jogador se torna cúmplice da tragédia, sentindo o peso emocional de suas ações.

Imagem: Reprodução/Reddit

The Last of Us: quando a emoção supera a lógica

Joel atravessa o país com Ellie, acreditando que ela é a chave para salvar a humanidade. Ao descobrir que ela morreria no procedimento, ele mata os cientistas e mente para protegê-la.

O dilema é claro: vale mais salvar o mundo ou quem você ama? A decisão divide opiniões até hoje, com jogadores que justificam e outros que condenam a escolha de Joel.

Silent Hill 2: o monstro interior

James busca sua esposa em uma cidade tomada pela névoa. No final, é revelado que ele mesmo a matou por piedade. Todo o horror da cidade reflete sua culpa e desejos reprimidos.

O jogo explora o terror psicológico com profundidade e lança o dilema de que o maior inimigo está dentro de si mesmo. Ao rejogar a campanha após descobrir o desfecho, cada monstro passa a representar um trauma ou sentimento reprimido, revelando uma camada mais profunda do terror psicológico.

Heavy Rain: o assassino era um dos protagonistas

O jogador controla quatro personagens na caça ao Assassino Origami. Um deles, o detetive, é revelado como o próprio criminoso. O jogo oculta cenas-chave para manter o mistério até o fim.

Aqui, o recurso do narrador não confiável é usado com maestria. A manipulação da narrativa funciona em múltiplos finais, desafiando a lógica do jogador e criando uma experiência única a cada caminho.

Final Fantasy VII: a morte definitiva

Aeris se torna o coração emocional do grupo, e muitos acreditavam que ela voltaria à vida. A Square quebrou expectativas ao mostrar que sua morte é definitiva, marcando os jogadores para sempre.

Na época, era raro ver perdas irreversíveis em JRPGs. O sacrifício de Aeris impulsiona o amadurecimento de Cloud e eleva a carga emocional da jornada.

Nier: Automata: o final que apaga tudo

Em Nier: Automata, cada campanha revela novos pontos de vista sobre a história, levando o jogador a descobrir camadas mais profundas da narrativa. No final “E”, durante os créditos, há uma batalha propositalmente difícil, quase impossível de vencer sozinho. Assim, após diversas tentativas frustradas, o jogo oferece uma escolha: aceitar ajuda de outros jogadores, mas ter todo seu progresso apagado, ou continuar a batalhar por conta própria.

Ao aceitar o sacrifício, várias naves aparecem na tela, representando outros jogadores que também fizeram a mesma escolha. Em seguida, o jogador envia sua “nave” como reforço para quem ainda está enfrentando a mesma batalha.

O resultado dessa decisão é uma das experiências mais metalinguísticas e emocionantes dos videogames. O ato de abrir mão do próprio progresso em nome de um desconhecido transmite uma poderosa mensagem sobre empatia, altruísmo e solidariedade, mesmo dentro de um universo digital.

Batalha dos créditos em Nier: Automata (Imagem: Reprodução/YouTube)

BioShock Infinite: o ciclo sem fim

O detetive Booker busca Elizabeth em uma cidade flutuante. Ao final, ela revela que Booker e o vilão Comstock são a mesma pessoa, mas de universos diferentes. Para encerrar o ciclo, Elizabeth o afoga antes de ele se tornar Comstock.

Essa reviravolta combina multiversos, simbolismo religioso e fatalismo. Cada nova escolha gera outro ciclo de sofrimento, e o sacrifício é o único caminho para quebrá-lo.

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