Nesta segunda-feira de dia das crianças, a Riot Games anunciou, em suas redes sociais, as habilidades da Seraphine. A campeã que teve toda uma construção de lançamento desde o mês de agosto finalmente tem uma lore e habilidades definidas.
Natural de Piltover, Seraphine é a segunda campeã a ser de fato uma figura famosa do entretenimento. Depois de Sona em Demacia, com sua música, Seraphine é uma estrela em ascensão em Piltover.
Como sua base de desenvolvimento envolve a música, as habilidades da campeã estão todas em volta desse conceito. Infelizmente, com a semelhança brutal com a Sona, não apenas por ser uma diva da música, mas também pelas habilidades, o anúncio não foi nada bem recebido.
🎤 Thread de habilidades da Seraphine!🎤 pic.twitter.com/VrdtghJcJo
— League of Legends Brasil (@LoLegendsBR) October 12, 2020
Resumindo, a personagem não tem nada inovador. Absolutamente nada. É uma mistura de habilidades que já estamos acostumados, como o Q da Neeko e o conjunto de habilidades da Sona. O R da Seraphine é absurdamente parecido com o da Sona, só melhorado.
Não à toa, a comunidade ficou irritada pela Seraphine ser muito mais uma Sona 2.0, praticamente um rework da campeã demaciana. Por isso, ao invés de fazer essas mudanças na Sona, a Riot decidiu fazer uma nova personagem e a tornar vendável o bastante.
O hype por água abaixo
Criadores de conteúdo como Laboratório de Zaun, Camila Falk e Daniel Marcon mostraram como a Seraphine não tem nada tão aproveitável e quanto desinteressante ela é. E realmente como ela é uma cópia descarada da Sona. Esses criadores não são meros fãs casuais, eles são verdadeiros influenciadores no Brasil.
O trabalho de propaganda e criação de interesse na campeã foi magistral. Nunca antes a Riot chegou a fazer uma rede social de uma campeã e trabalhou com tanto empenho para tornar tudo bastante real.
Seraphine conversa com as pessoas no Twitter, retuíta coisas que é do interesse da campeã, foi convidada a fazer parte das K/DA na criação do EP na China. Muitas coisas aconteceram de agosto até aqui para tornar a campeã pé no chão e que tem uma presença legal.
i don't think i'll ever be fully ready. but i know there's people believing in me, and that's more than enough. 💜 thank you so much, i mean it sincerely. i'm gonna face this head on pic.twitter.com/j7xZ7gQHqC
— Seraphine⭐🌊 (@seradotwav) October 11, 2020
O conceito inteiro teve o hype que mereceu e a comunidade abraçou isso muito bem. Mas hoje ela se viu decepcionada e bastante triste em como as habilidades não são criativas, não têm carisma e nem trazem nada novo. Parece mesmo feita para ser rentável.
As habilidades
Seraphine, entre todos os campeões lançados esse ano – Sett, Lillia, Yone e Samira – é a que tem um conjunto mega manjado para quem já joga League of Legends. Nada criativo, nada novo, nada espetacular. O ponto positivo é que a personagem não parece tão quebrada quanto os outros lançamentos.
Já o ponto negativo é o que já falamos: não tem nada diferente, nada que se destaca. Sett, que tem habilidades super simples, ainda se difere com seu R. Yone por usar a questão de espíritos e ir e voltar para seu corpo. Samira por usar pistola e espada ao mesmo tempo. Lillia por deixar todos dormindo.
Ainda que todos esses novos campeões de 2020 não sejam as maiores inovações da Riot (até pelo contrário), até eles são mais interessantes que Seraphine, que é só mais uma maga com dano e buff de suporte. Com isso, como não irritar a comunidade?
Sonaphine 🤡 Sona 2.0 pic.twitter.com/mjHlJFffHq
— Johnny Weslley 🦁💙❤🤍👑 (@Orfeu_JW) October 12, 2020
Adeus Sona?
Muitos estão achando que com a chegada da Seraphine, Sona perca espaço, já que Seraphine tem tudo que a Sona tem, só que com mais dano e facilidades de mobilidade nas habilidades. Ainda estão em dúvida se realmente Seraphine foi feita para ser usada no Mid, pois algumas habilidades funcionam bem como suporte.
Seria uma suporte de dano, como Zyra é, por exemplo. Mas, além do dano, ela tem uma habilidade que dá escudo e velocidade de movimento, e em alguns casos, cura. Em uma habilidade ela dá tudo que a Sona dá em 2 habilidades.
O mais ideal para o momento, já que a campeã já foi anunciada oficialmente, é ajustar o W de Seraphine, que é o que cura, dá escudo e velocidade de movimento. Se só essa habilidade pudesse mudar e ser algo bem diferente, a campeã estaria mais estável no mid e poderia se diferenciar mais de Sona.
Faltou criatividade
O ano de 2020 não foi dos melhores para a Riot. Em 2019 só tivemos um dos melhores anos de lançamento de campeões. Ano passado tivemos Sylas, Yummi, Qiyana, Senna e Aphelios. Todos com mecânicas bem diferentes entre si.
Em 2020 muitos disseram que Yone é uma cópia melhorada de Yasuo, enquanto Lillia foi uma junção de muitas mecânicas já conhecidas, adicionando velocidade na selva. Já Seraphine, é uma cópia da Sona. Entre todos, Sett e Samira foram os que trouxeram algumas coisas mais interessantes (mas muito desbalanceados).
Portanto, já tem alguns meses que a comunidade vem falando para a Riot que está faltando criatividade. Desde as polêmicas da Yummi, aliás (que é uma campeã extremamente roubada e de jogabilidade idiota de fácil).
E todas essas questões trouxeram algumas lembranças para esta jornalista que escreve. Não é de hoje que desenvolvedores, designers e ilustradores de fora da Riot Games criam vários concepts arts, animações e efeitos visuais de campeões de League of Legends.
Criações fora da Riot
Entre os mais famosos, tivemos o Ornn Lua Sangrenta, criada por Dinulescu Alexandru. Mas essa skin não é nem de perto a única coisa que a comunidade criou. Em 2017 a própria Riot criou o Riot Creative Contest, com várias categorias.
As categorias de animação e VFX (efeitos visuais em jogo) têm tantos conceitos legais e diferentes, mas a Riot pareceu esquecer tudo isso e fazer o tal efeito “brilhoso roxo e rosa” que já existe em uma dezena de campeões.
Alguns vencedores desse concurso de 2017 hoje está na Riot. Se vermos, por exemplo, os trabalhos do Kevin Leroy (Sirhaian), é possível ver claramente que vários desses efeitos foram usados no rework de Volibear.
Mas há muitas coisas novas e diferentes vindos 3 anos atrás, todos por profissionais que não estavam na Riot, mas conseguiram trazer coisas bem mais criativas. Fica aí só uma palhinha de como seria diferente se realmente a Riot quisesse trazer algo fora do comum.
