O que a rotina da T1 ensina sobre alto rendimento nos esports

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Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games

Os esports existem há décadas, mas a profissionalização da modalidade se consolidou de vez nos últimos anos. Com estruturas cada vez mais sofisticadas, parcerias comerciais robustas e rotinas de alto rendimento, times como a T1 mostram o que é preciso para competir no mais alto nível. E, para que equipes brasileiras alcancem esse patamar, observar o exemplo sul-coreano pode ser o primeiro passo.

A rotina vencedora da T1 em Gangnam

Quem dita o ritmo entre as principais organizações de alto rendimento nos esports são as equipes asiáticas, especialmente as da Coreia do Sul. Um exemplo notório é a T1, do League of Legends, que em 2021 divulgou um vídeo mostrando um pouco de seu centro de treinamento no bairro de Gangnam, em Seul.

As imagens revelam uma estrutura voltada para performance, com academia, áreas de lazer e até chefs à disposição dos jogadores.

E embora o lendário Faker, tetracampeão mundial de League of Legends e principal nome da equipe, já tenha reconhecido que a parte física não é muito prioridade, ele admite manter uma rotina mínima, como exercícios leves e alongamento. Por isso, o sucesso da T1 também se reflete fora dos servidores, e a equipe costuma liderar as apostas online.

Ultimamente, muitas organizações firmaram parcerias com plataformas licenciadas de apostas e cassinos online, seja por meio de embaixadores, conteúdos patrocinados ou ações promocionais. Essas colaborações geram receita adicional para os jogadores e fortalecem o vínculo com os fãs. Para os apostadores, o ideal é consultar plataformas de avaliação confiáveis, que indicam sites legítimos e com boas opções de entretenimento, como os populares caça-níqueis de 10 centavos.

Disciplina e descanso andam juntos

A rotina de alto rendimento da T1 gira em torno da constância. Faker revelou em entrevistas passadas que o dia a dia é mais equilibrado do que muitos imaginam. Pela manhã, os atletas descansam e têm tempo reservado para resolver questões pessoais.

O primeiro bloco de treinos, conhecido como scrim, começa às 13h e dura cerca de três horas, geralmente em parceria com outras equipes, focando no aperfeiçoamento coletivo e tático. Após essa primeira sessão de treino, os jogadores contam com uma pausa de cerca de três horas.

Nesse intervalo, podem descansar, se alimentar, receber acompanhamento terapêutico e realizar atividades físicas. A pausa é importante para recuperar o foco antes do segundo bloco de treinos no fim do dia.

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Faker durante o Worlds de 2024 (Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games)

Treinos em dobro e o diferencial dos campeões

Por volta das 19h acontece a segunda sessão de scrim, e são mais três horas de treinos intensos com outras equipes. Essa divisão da rotina, com uma longa pausa no meio, permite que o dia seja aproveitado ao máximo, com menor risco de burnout.

E para alguns jogadores, ainda há mais: após o segundo o bloco de treinos, é comum seguir jogando solo em partidas ranqueadas. Em muitos casos, essas sessões se estendem até a madrugada.

Não por acaso, o tempo total de prática pode chegar a 12 horas diárias. A dedicação lembra hábitos de atletas como LeBron James, que costumam ser os primeiros a chegarem na quadra para treinar sozinho. A lógica é semelhante e o diferencial está no que se faz fora do cronograma obrigatório.

LeBron James
LeBron James (Foto: Reprodução/ZUMA Wire)

O exemplo coreano e os desafios do Brasil

As diferenças entre Coreia do Sul e Brasil no cenário competitivo são marcantes, especialmente em jogos como League of Legends. Questões culturais e econômicas ainda dificultam a consolidação de uma rotina 100% focada em treinos por aqui. Muitos jogadores brasileiros precisam dividir seu tempo com estudos ou outras atividades.

Além disso, os investimentos na área ainda são tímidos. Embora o país conte com organizações sólidas que nasceram dentro dos próprios esports, como FURIA, paiN, RED Canids, LOUD e Keyd, muitos projetos ainda são conduzidos por clubes de futebol ou agências de marketing, que enxergam o setor mais como uma oportunidade comercial do que um projeto esportivo de longo prazo.

Enquanto isso, na Coreia do Sul, a cultura gamer é antiga e consolidada. O país já exibia competições televisivas na década de 1990, com foco em títulos como StarCraft. Hoje, os jogadores contam com apoio para desenvolver carreiras duradouras e profissionalizadas.

Como os brasileiros podem chegar lá

Apesar do cenário desafiador, há exemplos de brasileiros que conseguem adotar rotinas similares às das potências asiáticas. É o caso de Felipe “brTT” Gonçalves e Gabriel “FalleN” Toledo, ídolos do League of Legends e do Counter-Strike, respectivamente.

Felipe, considerado o maior nome do League of Legends brasileiro, é hexacampeão do CBLOL e disputou dois mundiais representando o país. Em entrevistas, ele mencionou que sua rotina de treinos chegva a 12 horas diárias, somando sessões individuais e em equipe. Já ao final da carreira, manteve uma disciplina rigorosa com atividades físicas, como musculação e boxe.

A dedicação e o foco são características que ajudaram brTT a manter uma imagem sólida ao longo da carreira, mesmo em meio a um cenário por vezes marcado por instabilidades e cobranças públicas. Sua postura o coloca no mesmo caminho trilhado por lendas internacionais da modalidade.

brTT boxe
brTT treinando (Foto: Reprodução/Instagram)
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