Durante o podcast Flow Games realizado na última segunda-feira (6), o campeão mundial de VALORANT pela LOUD e hoje jogador da Sentinels Bryan “pANcada” Luna conversou, entre diversos tópicos, sobre a questão dos treinos no Brasil.
Perguntado por Schaeppi, host do podcast, sobre a falta de profissionalismo, pANcada respondeu que não sabe exatamente o que contribui para isso, mas destacou alguns pontos que tornam os treinos ruins e como isso prejudica a evolução do cenário.
“Eu não sei se é falta de profissionalismo ou se os caras não sabem fazer [os treinos]. Eu acho que é um pouco dos dois juntos. É o que eu te falei: muita gente empurra com a barriga e muita gente não sabe como fazer e não busca aprender, porque também não é fácil. Então acaba que atrasa o cenário e não tem tantos times competitivos assim. Tem um ou dois times que tentam mais, que sabem fazer, que se esforçam mais”, contou pANcada.
Em seguida, ele comentou sobre os times que focam em ganhar treinos para se gabar ao invés de focar na evolução.
“Tem os famosos leões de treino. É uma galera que não toma risco de nada, não está nem aí pra nada, toma todos os riscos no treino. E no campeonato não é assim, você não pode tomar esses riscos. Se você toma um pick em uma posição que não deveria, você perdeu um round. Aí isso vai virar uma bola de neve. O cara que faz isso no treino e começa a morrer [no campeonato], vai ficar com medo de jogar. E aí ele não sabe por que isso está acontecendo, mas é porque ele mesmo está se prejudicando”, explicou.
PANcada também comentou sobre os técnicos, que não incentivam os jogadores a melhorarem nesse quesito. No entanto, destacou que isto não é algo exclusivo do Brasil.
“Às vezes, os caras [comissão técnica] estão vendo e não estão nem aí. […] Aqui no nosso cenário tem muito disso daí. Não que lá fora também não tenha, lá tem muito. Mas os caras têm que saber lidar com isso de outro jeito”, afirmou.
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Jeito LOUD de se treinar
Hoje comentarista de VALORANT, Guilherme “Nyang” Coelho aproveitou o tema para falar sobre como a LOUD treinava quando pANcada ainda estava na equipe.
“Tem uma parada que a LOUD começou a fazer no Brasil que outros times não conseguiam fazer. Era o exemplo do pANcada de Brimstone na Bind. Ele subia no fundo sozinho, ia para trocar tiro, não estava nem aí. Os times do Brasil não conseguem fazer isso por dois motivos: um, às vezes o cara fala: ‘eu sou controlador, tenho que valorizar minha vida, não posso fazer isso’, e aí não faz. Ou todo mundo entra nesse modo e sai fazendo o que quer sozinho, trocando tiro sozinho sem ter um objetivo”, disse Nyang.
PANcada, por sua vez, acredita que as falhas nos times acontecem porque os jogadores não estão alinhados entre si e não treinam o básico do gameplay.
“É um bagulho simples que a galera tem que traçar. Nesse exemplo que o Nyang citou, a gente estava jogando 3-1-1. Quem joga primeiro? É onde tem mais gente. Dependendo da informação deles, você está liberado para jogar do seu lado. E é uma coisa que você tem que ter noção, todo mundo tem que saber”, afirmou.
“Começou Bind, e os caras começaram dominando o banheiro. Chamber está aqui, então posso jogar do outro lado, porque não tem AWP. Daí eu posso abusar da mira, ganhar posição, porque sei que ninguém vai estar de mirando ali. É uma coisa que muita gente não tem noção ainda. Essa noção do mapa, de como funciona [essa dinâmica]”, exemplificou.
Ele finaliza dando uma dica aos times e jogadores: “É uma coisa que você aprende na VOD. Tem como aprender com experiência, mas demora um pouco mais. Então, tem como você facilitar esse processo, que é buscando aprender, mas muita gente não faz isso”.
