O Siege nacional teve um nome em 2022 e esse nome foi o da w7m. A equipe que conquistou todas as premiações da categoria no final de ano foi protagonista em tudo o que participou, até mesmo no Circuito Feminino de R6.
A w7m termina 2022 com a conquista do seu primeiro título, a Copa Elite Six, e com uma lista incrível de recordes: maior pontuação no primeiro split do BR6 — com oito vitórias seguidas — e também no Six Major Jönköping, onde terminou a fase de grupos com 18 pontos e 100% de aproveitamento.
Para entender um pouco mais sobre esse fenômeno, que inclusive foi apelidado de w7máquina, o The Clutch conversou com figuras importantes da organização. Primeiro, foi ouvido Felipe Funari, diretor de esports da w7m, que falou um pouco do início da história no Siege.
“Tudo começou num dia em 2020, durante a pandemia, quando eu estava brincando com minha filha à noite e recebi uma ligação do Abreu, nosso atual head coach, para montar uma lineup para participar da reestruturação do Brasileirão de Rainbow Six”, contou Funari.
No entanto, em seus dois primeiros anos de Siege, a w7m não se destacou no cenário.
“Nossa expectativa inicial não era ser campeão e sim ser competitivo, afinal, à princípio, nós não competimos, financeiramente falando, com os outros clubes. Em 2020, tivemos uma temporada razoável de acordo com as expectativas, já em 2021, nossos resultados foram muito abaixo do planejado”, confessou o diretor.
Foi só em 2022 que, de fato, a w7m mostrou que poderia ser protagonista nacional e mundial do Siege. Foi com mais bagagem e o aprendizado dos anos anteriores, que as coisas começaram a fluir.
“Trouxemos o Igor para fazer parte da comissão técnica, visando este novo momento, e o planejamento bem antecipado para 2022 que começou em outubro de 2021. Sabíamos que ainda teríamos alguns campeonatos até o fim do ano, mas para nossa estratégia, decidimos abrir mão de alguns. A Copa do Brasil nós ainda jogamos com o Abreu, sem nossa lineup atual, e abrimos mão de jogar o qualify do Invitational para já começarmos a sondar e treinar os atletas”, afirmou
Levou dois anos para as coisas encaixarem e os Touros mostrarem suas garras no cenário competitivo do Siege, explicou Funari: “Entramos no ano de 2022 com uma grande expectativa, porém não esperávamos ganhar, ficar em primeiro lugar e bater recordes. Nós apenas gostaríamos de ser competitivos e se classificar pelo menos para dois Majors. Tínhamos o sonho também de se classificar para o Invitational, mas talvez pelo qualify e não por pontuações. Então, nós, com certeza, superamos as expectativas e vamos dar continuidade a esse processo todo, de olho em 2023”.
Prêmios da w7m em 2022
R6 Awards
- MVP (Jogador mais Valioso) do Ano: Diego “Kheyze” Zanello
- MVP (Jogador mais Valioso) BR6: Diego “Kheyze” Zanello
- Coach do Ano: Igor “igoorctg” Santos
- Revelação do Ano: Gabriel “volpz” Fernandes
- Organização do Ano
OS MELHORES DO ANO ✨
— W7MAJOR 🇸🇪✈️ (@w7mesports) December 22, 2022
No clima de #tbt nada melhor que relembrar das premiações dos nossos jogadores nesse ano de 2022 no R6 😎
E alô 2023 👀 pic.twitter.com/boVYb6oxdT
Prêmio eSports Brasil
- Melhor Atleta de Rainbow Six: Diego “Kheyze” Zanello
- Melhor Atleta Feminina de Rainbow Six: Lucia “Luli” Campello
Equidade Salarial
No dia 10 de outubro, a w7m anunciou a equidade salarial em suas equipes masculinas e femininas. Em outras palavras, os salários dos atletas dos elencos da organização passaram a ser iguais independentemente do gênero que ele representa.
Funari falou também do desafio de tornar “esse grande sonho” real: “Era uma realidade que precisávamos trazer para esse segmento de esportes. Óbvio que, para isso acontecer, precisamos ter saúde financeira, precisamos ser muito responsáveis dentro das nossas limitações e capacidades financeiras, coisa que fazemos desde que surgimos em 2017”.
“Nós fomos ao mercado e vimos que o Banco do Brasil teve uma iniciativa muito relevante com seus parceiros e empresas em uma construção de fomentar suas atuações. Conversamos, não só com o Banco do Brasil, mas com todos os nossos patrocinadores e fizemos disso uma regra aqui dentro, não só agora, mas a longo prazo também”, explicou.
Luli, jogadora e IGL da line feminina de Rainbow Six Siege, contou que por conta da equidade salarial, ela pode ajudar muito a sua família, que vive na Argentina, país que passa por uma de suas piores crises financeiras.
“A w7m sempre se esforça para colocar as meninas para cima e realmente fazer a diferença, sabe? A igualdade salarial que eles fizeram esse ano é só mais um passo que deram para ajudar o cenário feminino a brilhar ainda mais. Sinceramente, eu não sei muito bem como isso afetou os fãs, mas ajudou muito minha família, já que eu sempre quis ajudar em questões financeiras. Com essa mudança no salário, isso se tornou ainda mais possível”, contou a jogadora.
A line feminina da w7m venceu três das cinco etapas classificatórias do Circuito Feminino de R6. Porém, acabou deixando o título escapar na grande final diante das meninas da Black Dragons. Ainda assim, Luli vê o saldo do ano como positivo: “Tivemos um ano muito bom, vencemos o Circuito Feminino em três etapas. Mesmo perdendo a final para a BD, conseguimos desempenhar bem e mostrar nossa relevância no cenário”.
Luli revelou que pretende continuar no Brasil, pois “tem muito o que vencer ainda na w7m”. Ela também falou sobre um pedido constante feito para a Ubisoft.
“Gostaria que abrissem a Liga Brasileira para o LATAM, isso ajudaria bastante. Já estamos pedindo isso há 2 anos no mínimo, não é só no Brasil que tem boas jogadoras. Teríamos novas equipes e uma mistura incrível se liberassem para todas jogarem. Além de que, ter que abandonar a família para jogar o Circuito Feminino, não é algo que todas podem ou conseguem fazer”, desabafou.
Recentemente, a Ubisoft revelou mudanças importantes no ecossistema competitivo de Rainbow Six Siege. Porém, infelizmente, nada de novo foi apresentado para o cenário feminino.
Vem aí o Six Invitational!
Depois de uma temporada memorável no Siege em 2022, a w7m tem pela frente seu maior desafio, a disputa do campeonato mundial da modalidade. Antes de olhar para o futuro, o The Clutch conversou com Igor “igoorctg” dos Santos, coach da line masculina de R6, que contou que desde sua chegada queria fazer “um trabalho para ser uma grande referência no cenário”.
“Eu esperava que seríamos um dos melhores times do mundo, mas não imaginava que seria de forma tão rápida, pois quando a gente entra em um projeto, acreditamos nele e montamos um planejamento para chegar ao topo. Inclusive, isso foi tema da primeira reunião que tivemos com o Felipe, CEO da w7m, e com o Eudinho, Manager da equipe. Nesse papo, conversamos sobre como faríamos um trabalho para ser uma grande referência no cenário, mas tudo aconteceu muito rápido”, contou igoorctg.
A trajetória da w7m em 2022 também foi marcada por uma mudança repentina e que deixou uma grande interrogação na cabeça de todos. De maneira repentina, a organização anunciou a saída de GdNN1 e, posteriormente, a chegada de Julio.
“Realmente, a mudança do GdNN1 foi uma surpresa, até pelo fato dos times não mudarem quando apresentam resultados positivos, mas sempre fomos uma equipe que arriscou mais — um exemplo disso é sair do qualify do Invitational. Então, seguimos a nossa intuição e por isso mudamos o Gd pelo Julio, que é um cara muito tranquilo, alto astral, que ajuda dentro e fora de jogo. Principalmente por ser um cara experiente, ele consegue aliviar a pressão da equipe, passar confiança e isso é muito importante”, destacou o coach.
Olhando para frente, igoorctg conta que o torcedor pode esperar por uma w7m valente e com sede de título no Six Invitational 2023: “Vamos chegar com sangue nos olhos para buscar esse título. Temos um potencial muito bom, e o ano em si nos ensinou muito; Então, nosso objetivo será vencer o campeonato e representar nossa região de forma consistente e com grandes atuações”.
Se a w7m terá um 2023 tão bom ou melhor que 2022 só o tempo dirá, mas é fato que os Touros foram o grande destaque do ano no cenário de Rainbow Six Siege.