10 motivos que mostram a Astralis como o possível melhor time da história do CS:GO

Inegavelmente, a Astralis domina o cenário de Counter-Strike atualmente. A equipe dinamarquesa de Gla1ve, Dupreeh, Magisk, Xyp9x e Device é soberana nos servidores dos principais eventos. O que muitos não vêem é que essa hegemonia nem sempre é levada a sério como deveria.

Considerando apenas o CS:GO, já vimos as famosas “eras” de equipes lendárias, como a imbatível Ninjas in Pyjamas de 2013, a Fnatic de 2014/2015 e a Luminosity/SK de 2016/17. Esses times eram os melhores de suas épocas e sempre venceram quando foram desafiados pelos principais oponentes.

Em 2018, vimos um início de ano em que todos apostavam na SK Gaming ou FaZe Clan como maiores forças e possíveis times imbatíveis. Sabemos que não foi bem assim que se concretizou, pois a SK passou por problemas internos, mudou sua line-up ao trazer os campeões do Major da época Stewie e Tarik, internacionalizando a equipe, mas sem resultado até o presente momento.

A FaZe também enfrentou problemas, como a perda melancólica na final do ELEAGUE Boston Major 2018 para a Cloud9 e depois a ausência de Olofmeister, um dos pilares da equipe, que se afastou por problemas médicos.

Na lacuna de uma potência, surgiu a Astralis. Após uma eliminação vexatória no Major vencido pela Cloud9, Kjaerbye deixou a equipe e entrou Magisk, mudança muito criticada por todos os analistas na época, pois Kjaerbye é um ótimo jogador e era um dos destaques daquele time.

Com a troca, os resultados começaram a aparecer aos poucos e o segundo semestre da equipe foi avassalador. Em 2018, conquistaram 11 títulos, se incluirmos o Intel Grand Slam, e entre eles o FACEIT Major London 2018.

Astralis, campeã do FACEIT Major London 2018 (Foto: HLTV)

Mas será que é plausível colocar a Astralis como melhor time da história do CS:GO? É possível compará-los com NiP, Fnatic e SK? Vamos aos motivos.

1. Baixo número de trocas na equipe

Device e Magisk, respectivamente, em entrevista no FACEIT Major (Foto: HLTV)

A principal característica de uma equipe vencedora no CS sempre foi o número de trocas realizadas pela organização. A NiP, na época, trocou apenas Fifflaren, que se aposentou, após uma série de resultados ruins. Claro que o ditado já diz “em time que está ganhando não se mexe”, mas a SK, por exemplo, trocou fnx, depois felps e aí não parou mais com as mudanças. Na maioria das vezes, é necessário mais aplicação no jogo, mais treinamento e comunicação do que apenas uma solução imediatista e impulsiva de trocar um player.

2. Investimento nos “bastidores”

Gla1ve e Mia Stellberg, psicóloga da Astralis. (Foto: Twitter @astralisgg)

Para se tornar uma equipe hegemônica, não é necessário apenas talento, organização e liderança. A Astralis possui algo que poucos times possuem: um bastidor forte. A organização investiu tanto nos players que contratou até mesmo uma psicóloga para auxiliá-los em questões dentro e fora do jogo, fato esse que os coloca muito mais fortes psicologicamente do que seus adversários diretos.

Ela é, com certeza, parte do nosso sucesso. Olhando para trás, vemos que foi uma ótima decisão trazê-la para a equipe. (Xyp9x, em entrevista à HLTV)

3. Um técnico de bagagem e respeito

zonic, o coach mais vitorioso da história do CS:GO (Foto: HLTV)

A maioria dos times atuais possuem um técnico, o coach. Mas saber usá-lo e saber como utilizar os conhecimentos do líder no jogo é totalmente diferente do simples. Existem vários tipos de técnicos: os motivadores, os estrategistas, os auxiliares do IGL.

Talvez zonic, técnico da Astralis, seja o coach mais completo da história do CS:GO, pois possui conhecimentos táticos para ser um estrategista, tem voz e respeito com os jogadores para auxiliar o IGL Gla1ve nas táticas e execuções, é motivador tanto na vitória quanto na derrota, sabe colocar os seus comandados no devido lugar e administra cinco egos e educações diferentes em uma só equipe, uma grande equipe de sucesso.

Danny Sørensen não é apenas um coach completo, ele foi um brilhante IGL no CS 1.6. Seu brilhantismo é comprovado pelo crescimento nas equipes que ele passou. Foi jogador da SK Gaming em 2005, com um vice-campeonato da ESWC do mesmo ano, quando ninguém os cogitava para chegarem longe. Também foi IGL da NoA, entre 2006 e 2007, com alguns títulos menores, mas sem muito sucesso em grande escala.

Mas foi na mTw, entre 2007 e 2011 que zonic teve o maior sucesso de sua carreira como jogador. O atual coach elevou o nível da equipe em poucos meses de trabalho, até chegarem aos principais títulos da época. Danny e seus companheiros conquistaram diversos títulos, como KODE5 2008, WEM 2008, IEM 3 Europe e DreamHack Summer 2010. Mas as principais taças que eles levaram foram a ESWC Masters of Paris 2008 e a WCG 2008, títulos esses que são comparáveis aos atuais Majors do CS:GO.

Então, em resumo, zonic não é só um coach de talento, mas um técnico de muita bagagem, muito respeito entre os dinamarqueses pelo que ele fez no Counter-Strike do país. Ele ajudou a construir uma comunidade forte na nação e elevou o interesse dos jovens pelo Esport, com suas conquistas, influências e, hoje em dia, sua referência.

4. Jogadores de altíssimo nível

Dupreeh, Xyp9x, Gla1ve, Device e Magisk em ação no FACEIT Major (Foto: HLTV)

Talvez nenhum time na história do CS:GO tenha tido cinco players tão talentosos e habilidosos com as teclas e botões como essa equipe dinamarquesa. Do AWPer Device ao IGL Gla1ve, todos os jogadores impõem respeito e medo no adversário, pois são exímios jogadores de CS.

Em todos os elencos que dominaram o jogo, foram apontados elos fracos que, em algumas circunstâncias, atrapalhavam o andamento da equipe. A Fnatic é um belo exemplo, com seu inteligentíssimo IGL Pronax, mas que não era um jogador com muitas virtudes em questão de mira, posicionamento, spray, etc.

Os jogadores da Astralis, atualmente, são conhecidos como “Robôs”, pela forma quase que automática que jogam CS, por sempre estarem juntos, auxiliando o companheiro de equipe e terem estratégias diferenciadas de outras equipes. Para salientar essa fama é simples, basta analisarmos as estatísticas de 2018 (em LAN):

Rating 2.0 (HLTV) – Device 1.24, Dupreeh 1.17, Magisk 1.16, Gla1ve 1.13 e Xyp9x 1.11.

K/D Ratio – Device 1.35, Dupreeh 1.18, Magisk 1.17, Xyp9x 1.15 e Gla1ve 1.13.

ADR – Device 81.1, Dupreeh 79.1, Magisk 79.1, Gla1ve 78.2 e Xyp9x 74.0.

Ao vermos os números do ano dos cinco jogadores comparados, vemos a semelhança que todos têm. As estatísticas dos players é muito parecida, em todos os quesitos. Isso nos mostra que o entrosamento é muito grande, os cinco têm suas funções bem definidas e sabem muito bem executar esses papéis dentro do jogo.

5. Títulos e mais títulos: a verdadeira “Dinamáquina”

Comemoração do título no ELEAGUE CS:GO Premiere (Foto: HLTV)

A expressão acima é fruto da bela campanha do país em dois campeonatos de futebol: Copa do Mundo de 1986 e Eurocopa de 1992. A máquina dinamarquesa da Astralis é algo impressionante. Os cinco chegaram a um nível tão surreal, que são conhecidos como robôs do CS atualmente.

Depois da mudança na line-up, a máquina venceu 10 títulos em 2018, em 14 LANs disputadas. Média mais do que impressionante para qualquer time em uma época tão competitiva no CS, com nível muito mais alto de disputas do que em 2013, por exemplo, quando a NiP dominou o cenário.

6. Especialistas no map pool

Como todo time dominante, é comum vermos um map pool bastante vasto por parte da equipe. A Luminosity tinha 5 ótimos mapas, sendo Cache um ponto fraco, mas sabiam jogar. Os brasileiros sempre vetavam Dust 2, fazendo com que o adversário não pudesse usar de arma contra eles.

Um dos fatos mais incríveis da Astralis é que eles têm ótimos 7 mapas, ou seja, eles são muito bons em todos os mapas da rotação, pois o permaban deles era a Cobblestone, que foi removida da rotação competitiva.

De acordo com a HLTV, o retrospecto de vitórias é positivo, isso quer dizer que, em todos os mapas, eles ganham mais do que perdem. Veja os números (apenas em LAN):

Inferno: 47 partidas; 78,7% de vitórias.

Mirage: 27 partidas; 66,7% de vitórias.

Nuke: 27 partidas; 100% de vitórias.

Overpass: 25 partidas; 68% de vitórias.

Train: 15 partidas; 60% de vitórias.

Dust2: 14 partidas; 92,9% de vitórias.

Cache: 9 partidas; 55, 6% de vitórias.

Ainda não se convenceu do poder dos mapas deles?

A maior sequência de vitórias (em LAN) de um time em um só mapa é da NiP de 2013, com 32-0 na Nuke e a Astralis já tem 27-0, também na Nuke, mas em uma época bem mais competitiva do CS e com a possibilidade real de prolongar essa sequência.

Maiores sequências de vitórias em LAN; Astralis aumentou seu retrospecto para 27-0 na ESL Pro League Season 8 (Fonte: HLTV)

7. Uma geração talentosa

O fato impressionante não é só apenas da Astralis. Os outros times dinamarqueses também têm parte nisso. Há jogadores muito talentosos em equipes menores, que poderiam ocupar alguma futura lacuna na line-up no futuro, como o próprio Kjaerbye, que saiu no começo de 2018, Valde (North), K0nfig (OpTic Gaming), JUGi (OpTic Gaming) e Karrigan , experiente IGL que recentemente foi movido para o banco da FaZe Clan.

Com esses players, daria pra formar uma “Astralis B”, pois Kjaerbye e Karrigan já passaram por lá. A Dinamarca hoje é referência de formação de players de Counter-Strike, como um dia foi a Suécia, o Brasil ou a França.

Ver jogadores como os citados acima fora da Astralis só confirma o nível tão alto a que chegaram, pois qualquer time do mundo, hoje em dia, teria sorte de ter jogadores do calibre dos que não tem chances na Astralis.

Vemos a história ser feita em frente aos nossos olhares.

Gla1ve: IGL (Foto: HLTV)

Gla1ve: um IGL renegado pela própria Dinamarca. Antes de aparecer na Astralis, rodou por vários times e não se firmou, pois nunca havia atuado como IGL antes. Quando entrou pra equipe, assumiu o peso de substituir o “Master Mind” Karrigan. Não só substituiu bem, mas deu um novo ar à equipe,  com inteligência, com talento e uma gameplay afiada.

Dupreeh: entry-fragger (Foto: HLTV)

Dupreeh: um dos maiores entry-fraggers da história do CS, parece que só fica melhor a cada dia. É ótimo com todas as armas, se posiciona como ninguém e é um exemplo na função em que atua. Dupreeh é mais do que o entry-fragger da Astralis, é o ponto de escape para um time que tem, literalmente, cinco máquinas atuando.

Magisk: support (Foto: HLTV)

Magisk: sempre foi considerado o “garoto problema” por onde passou, mas seu talento também é reconhecido. Quando chegou à Astralis, gerou desconfiança e dúvida. Méritos aos líderes Gla1ve e zonic por colocarem o garoto na linha e fazê-lo um mortal suporte nesse time.

Device: AWPer (Foto: HLTV)

Device: nunca foi AWPer de ofício, mas nesse time assumiu a função e não toma conhecimento de seus adversários. O player é tão fundamental que seria necessário um tópico apenas para ele.

Xyp9x: lurker (Foto: HLTV)

Xyp9x: o lurker é mortal em clutches, independente da situação em que esteja. Tenho certeza que já superou habilidades de GET_RIGHT, fnx e flusha em situações de desvantagem, não é a toa que ganhou o apelido de “Clutch Minister”, o “Ministro do Clutch” em uma tradução livre, mas significa alguém que sabe muito bem o que está fazendo nas situações adversas.

O rifler esteve em 56 clutches de 1v1 em 2018, com 37 vitórias e 19 derrotas, praticamente com média de duas vitórias e uma derrota. Em outras situações, os números são ainda mais impressionantes. Foram 29 vitórias em 1v2, 9 vitórias em 1v3, 2 vitórias 1v4 e 1 vitória em 1v5, contra a North, com um inteligente ninja defuse na Nuke.

8. Vencedor do Intel Grand Slam

Premiação do Intel Grand Slam (Foto: HLTV)

Lançado em julho de 2017, o prêmio era uma espécie de “desafio” às equipes de CS:GO. O objetivo era vencer 4 campeonatos de grande porte organizados pela ESL e pela DreamHack em 10 possíveis. O regulamento previa que, a partir do momento que o time venceu o primeiro título nos eventos das organizadores citadas, teria mais 9 campeonatos para vencer outros 3. Se conseguisse, levaria um milhão de dólares pra casa.

FaZe Clan, SK/MIBR, NaVi e outros times entraram na briga para vencer a primeira edição, mas foi a Astralis que conseguiu com a vitória na ESL Pro League Season 8 Finals, em Odense, na Dinamarca. E a conquista foi ainda mais saborosa para eles, pois venceram o título do evento e do Grand Slam em frente a sua torcida.

9. Device

Device, MVP da ESL Pro League Season 8 Finals (Foto: HLTV)

Conforme citado acima, o AWPer dinamarquês, em si só, já é um dos motivos do enorme sucesso da equipe. Nicolai Reedtz é um exímio jogador de Counter-Strike, sendo profissional desde 2013, pela Copenhagen Wolves.

Device atingiu uma marca histórica na ESL Pro League Season 8 Finals ao vencer o prêmio de MVP (Most Valuable Player, Jogador Mais Valioso) pela sétima vez no ano de 2018. Esse número quebrou o recorde que era de S1mple, com 6 MVPs no mesmo ano.

Muitos tinham dúvidas de quem seria o melhor jogador do mundo pela HLTV, mas atualmente, Device não deixa questionamento sobre sua qualidade dentro do servidor, nem deixa os adversários chegarem perto de suas conquistas, tanto individuais, como em grupo.

10. O poder de equipe

Não só tem cinco exímios players de Counter-Strike, a Astralis tem o que todos os times, em todos os esports ou esportes comuns sonham: trabalho em equipe. Não adianta ter cinco habilidosos jogadores quando não existe sinergia entre eles, não existe entrosamento. Os dinamarqueses atingiram um nível tão alto de entrosamento que, entre eles, deve ser possível ler pensamentos (risos).

Ao assistir suas partidas, muitos dizem que eles jogam um CS chato, monótono. Mas é totalmente o oposto. O CS jogado pela Astralis é o mais lindo de se ver, o mais tático, o mais estudado e o mais inteligente. Os dinamarqueses provam que este é um jogo coletivo e dão aula de coletividade dentro do servidor.

Gla1ve e zonic lideram a equipe como generais de um exército, com disciplina não só psicológica, mas disciplina tática, que é a mais essencial para um time funcionar como conjunto.

Ainda não está convencido do teamplay e entrosamento desse time? Assista ao vídeo abaixo e comprove. Provavelmente, nunca presenciamos um nível coletivo como ao que a Astralis atingiu. É algo para refletirmos de verdade e analisar não apenas números (que já são excepcionais), mas analisar os feitos em time, ao patamar que esses atletas atingiram.

Conclusão

Sim! Estamos presenciando uma das maiores eras da história do Counter-Strike, desde os primórdios do CS 1.0 e das competições do 1.6. Talvez nunca mais veremos algo tão brilhante em nossas telas, pois jogadores passam, momentos passam e o que fica é a história.

A Astralis não só domina o CS atual, mas bate de frente com as maiores equipes de todos os tempos, e talvez até as supere em números. Mas não podemos simplesmente analisar friamente as estatísticas desses lendários times. Devemos levar em conta a época em que atuaram, qual eram seus principais adversários, como estava o “meta” do CS. Todos esses são fatores para concretizar a Astralis como melhor time da história, mas se essa não for sua opinião, pelo menos top 3 da história eles são, sem dúvida alguma.

Ame-os ou odeie-os. Apenas entenda o presente para podermos ter um CS cada vez mais competitivo e disputado no futuro.

Eles realmente são os melhores da história? Deixe sua opinião nos comentários abaixo.

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