Os campeonatos competitivos de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) são marcados por jogadas impressionantes, reviravoltas e fenômenos que rendem muitos momentos inesquecíveis. Para que os amantes do FPS sempre lembrem desses tipos de lances, a Valve costuma eternizar aqueles que são mais marcantes nos majors, nos locais do mapa onde eles acontecem. Foi desta forma que nasceram os grafites no CS:GO. Relembre as jogadas mais sensacionais, que entraram para a história do game.
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“Jump double for cold!” – coldzera eternizado na Mirage
A partida era Luminosity Gaming vs Team Liquid pelo MLG Columbus 2016. O jogo chegava ao round 25. A Team Liquid jogava do lado TR e vencia por 15×9. Tudo se caminhava para que a equipe norte-americana sacramentasse a vitória do mapa e abrisse vantagem na semifinal contra os brasileiros.
Aliás, a Liquid já botou a torcida e até os narradores para se prepararem para a vitória da Cavalaria. Isso porque no round histórico, os cinco jogadores da Liquid se posicionaram no tapete da B e caminharam para um bombsite protegido “apenas” por Marcelo “coldzera” David. 5×1 parece uma vantagem clara para se garantir pelo menos o plant, não é?
Não. A história foi feita e coldzera matou as expectativas da Liquid e quatro jogadores, sozinho. Se resumida a história já é bonita, quando detalhada, se torna lendária. Antes de acelerarem o passo, o brasileiro derrubou um. Normalmente, coldzera teria recuado, mas o jogador não só repickou, como o fez pulando, e sem scope, para derrubar mais dois jogadores com apenas um tiro. De quebra, ainda levou um quarto só para garantir o ponto para a Luminosity.
A jogada do brasileiro desestabilizou completamente a equipe adversária, transformando a vantagem de 15×9 em uma virada história de 19×15 para a Luminosity. Mais tarde, a equipe venceria a série por 2 a 0 e seria campeã do Major daquele ano.
Os no scopes voadores de s1mple na Cache
Pau que dá em Chico, dá em Francisco. O ucraniano Aleksandr “s1mple” Kostyliev foi um dos que caiu para o tiro no scope de coldzera no Major do primeiro semestre de 2016. Entretanto, na ESL One Cologne 2016 foi a hora do atual jogador da NAVI brilhar com a AWP, e sem mira.
Em partida contra a fnatic, válida pela semifinal daquele torneio, a Liquid atuava de uma forma que a colocaria como uma das grandes candidatas ao título. Os suecos suavam e já perdiam na primeira metade da Cache por 9×4, além de já ter sofrido uma derrota no primeiro mapa. A fnatic precisava garantir os próximos pontos para vencer o mapa e empatar a série. E eles até foram para cima e pareciam encaminhar o quinto ponto para manter uma distância saudável no placar. A situação era um 2×1 para os suecos.
Porém, s1mple representou a equipe e resolveu o clutch de uma maneira inusitada. O jogador avançou pelo céu do bombsite B e pulou, acertando um primeiro no-scope em um adversário logo abaixo. Após a queda do primeiro, o segundo adversário foi eliminado com mais um no scope criminoso em uma distância improvável. Com a jogada, o que poderia ter sido uma metade de 9×6 terminou em 11×4 para a Liquid. Uma pena que s1mple seria parado mais uma vez por coldzera na final.
As quatro AWPs da Fnatic
O jogo era Fnatic vs Team EnVyUs, a grande final da ESL One Cologne 2015. O primeiro mapa escolhido foi a Dust2. A situação dos suecos não foi das melhores e tomaram um 10×5 na primeira metade e viram os franceses abrirem um 15×10 e ficarem com quatro matchpoints para levar o mapa.
Entretanto, a fnatic entregou à audiência uma bela final de Major e conseguiu levar o jogo para a prorrogação. Após a retomada, o emocional dos suecos estava a todo vapor e eles começaram bem na prorrogação e abriram dois pontos de vantagem. Um round antes da virada de lados, a fnatic tinha mais dinheiro do que conseguiria gastar. Logo, veio a tática diferenciada.
Os suecos compraram quatro AWPs e se posicionaram no meio do ponto TR do mapa e esperaram alguma pobre alma dar a cara nas portas. Azar de Dan “apEX” Madesclaire, que foi espiar com uma AWP própria e viu não um, não dois, mas QUATRO jogadores da fnatic que o fuzilaram. Após a primeira eliminação, os suecos trocaram para AK, prosseguiram tranquilos e venceram o round. Logo após, venceram a Dust2, o mapa seguinte e levaram o troféu para casa.
O desarme suicida de Olofmeister
Tudo bem que na ordem escolhida pelo The Clutch, a primeira aparição da fnatic na lista foi no papel de vítima. Porém, cronologicamente, os suecos estrearam os grafites de Majors de CS:GO em 2014, antes mesmo das quatro AWPs lendárias. Isso porque, durante a semifinal da ESL One Cologne 2014, um confronto sueco era disputado entre fnatic e Dignitas.
Pode não ter sido a jogada mais plástica, mas o que Olof “olofmeister” Kajbjer fez, talvez, seja a jogada de mental mais forte da história dos majors. Imagine só, clássico entre duas organizações gigantes, semifinal do maior torneio da modalidade, partida empatada em 14 a 14. Ou seja, os times jogavam o round que decidiria quem teria que rezar por uma prorrogação ou não.
A Dignitas adotou uma iniciativa agressiva e avançou rapidamente para o bomb B e conseguiu o plant da C4. Contudo, a Fnatic, em vantagem numérica, preparou o retake. As coisas pareciam azedar para o lado sueco, mas olofmeister partiu para o desarme, sem smoke. Só que, se você já jogou uma partidinha mais pegada, sabe que o outro time pode ser inteligente para guardar uma molotov para os últimos momentos antes da bomba explodir.
E bem, a Dignitas, que era composta pelo núcleo de jogadores que logo depois virariam a Astralis multicampeã, preparou um presente de fogo para olofmeister. Eis que brilham os nervos de aço do sueco. Ele não parou o defuse, desarmou a bomba no último milisegundo de vida e garantiu o matchpoint para sua equipe. Após a jogada de olof, a fnatic garantiu a vitória de 2×0 na série e avançou para a grande final do campeonato.
Dosia e a granada de um QI de mais de 8 mil
Esse grafite é, com toda a certeza, o mais doloroso para todos os brasileiros. Isso porque o jogo era a grande final da PGL Major Kraków 2017 e a Immortals, composta por jogadores do Brasil, enfrentava a Gambit. A partida já estava no terceiro mapa e valia o título inédito para os dois lados. A equipe do CEI dominava a Inferno e ganhava por 9×1.
No décimo primeiro round, os brasileiros, que estavam de TR, conseguiram um domínio do bombsite A e plantaram a C4. Em desvantagem númerica, a Gambit foi obrigada a guardar seus armamentos para preservar a economia. Entretanto, Mikhail “Dosia” Stolyarov sabia que a Immortals sofria com dinheiro e não podia perder muitas armas.
Bem, Dosia com certeza não era o melhor jogador daquela equipe. Não à toa, mesmo com um placar tão largo, seu K/D não estava lá essas coisas. Contudo, nesse round, ele mostrou que era, no mínimo, inteligente. Isso porque o russo, com razão, supôs que os adversários iriam se posicionar no cantinho conhecido como areia onde, com uma boa quantidade de HP, a explosão da C4 não os matariam. É… Isso não aconteceria se o adversário não tivesse arremessado uma granada exatamente naquele ponto.
Com a brincadeira de Dosia, dois jogadores da Immortals foram eliminados com a explosão da bomba e a equipe ficou com a economia extremamente prejudicada. A jogada foi tão inusitada que até Lucas “LUCAS1“ Teles não conseguiu conter o riso. Bem, o resto, infelizmente, é história e, como muitos sabem, a Immortals saiu derrotada, enquanto a Gambit, de Dosia, entrou para a história do CS:GO duplamente, com o título, e o grafite.
Grafite de Wolf na Blacksite
Não é muita gente que sabe, mas Counter-Strike também possui um modo no famoso estilo Battle Royale, no mapa Blacksite. E por lá, durante a IEM Season XIII World Championship, aconteceu uma showmatch de duplas. O confronto foi entre Damian “Furlan” Kisłowski e Dominik “GruBy” Świderski de um lado, contra Chad “SPUNJ” Burchill e Justin “jks” Savage do outro. Quem se deu melhor foi a dupla Furlan e GruBy que, de quebra, ainda ganhou um grafite com seus autógrafos e um lobo em um dos principais pontos da Blacksite.
