Quinze. Esse é o total de jogadores brasileiros que vão desembarcar na Alemanha em busca do título do StarLadder Berlin Major 2019. Se a segunda competição Major organizada pela Valve no ano dependesse do trabalho em equipe de todos eles, certamente o Brasil teria alguma vantagem na competição. Mas não tem.
Apesar de todo o esforço da MIBR, FURIA e INTZ para chegar até o Major, os três times brasileiros estão longe de serem considerados favoritos. Nem mesmo a MIBR, com os bicampeões FalleN, TACO, Fer e zews, escapou do título de ‘underdog’ das oito Lendas. Sem esquecer, claro, de LUCAS1, que já sentiu o gosto de uma final, mas viu o título escapar pelas mãos ao perder para a Gambit.
MIBR lutará para se manter na elite
O problema da MIBR é… Bem, são muitos. Não pense em considerar que é normal o ex-melhor time do mundo ir para a competição mais importante do ano com o coach de complete. De qualquer forma, com ou sem bala na agulha, zews já ganhou o coração dos brasileiros. A luta pessoal, no entanto, vai ser pelo status de Lenda.
Desde quando foi campeão do MLG Major Columbus, lá em 2016, o time brasileiro (ou pelo menos a maior parte dele) nunca deixou de ser Lenda no CS:GO. De lá pra cá, se vão sete Majors de Global Offensive e o principal elenco brasileiro sempre se manteve entre os melhores. Mas desta vez a corda tá bamba e FalleN e companhia vão tentar não cair.
FURIA é a esperança brasileira
A garra e determinação têm partido justamente daqueles que ainda não tiveram esse gostinho. A equipe da FURIA quer ir mais longe do que foi em Katowice, quando saiu em 20º lugar, ainda no News Challengers Stage. Apesar da capacidade, o caminho é longo. Mas, passado é passado e se a FURIA enfrentasse os mesmos adversários do último Major hoje, seria favorita. E não sou só eu que estou dizendo.
Em março, no primeiro Major do ano, a FURIA até almejava despontar, mas ainda não era o que é atualmente. A equipe precisou passar por NiP, AVANGAR, Team Spirit e (a falecida) Cloud9. Na época, ainda em 19º no ranking do mundo, a única vitória foi contra a Team Spirit, que sequer estava entre os 30 melhores.
Depois disso, os brasileiros tiveram uma crescente meteórica, onde chegaram a figurar em 5º lugar no ranking da HLTV depois de uma campanha histórica na ECS Finals S7, onde eliminaram a Astralis na fase de grupos e chegaram à grande final, perdendo para a Team Vitality de ZywOo. Mais recentemente, a FURIA também se vingou da AVANGAR na EMF Invitational, conquistando o título da competição até com certa facilidade, por 3 mapas a 1.
Portanto, a atual número 9 na lista de melhores equipes do mundo vai para o Major mostrar que pode chegar mais longe do que já chegou e apesar de ser a brasileira favorita, ainda precisa encontrar o peso da camisa que a MIBR já carrega.
A surpresa Intrépida
Por fim, a INTZ está onde todos, torcida e jogadores, gostariam que ela estivesse. A equipe, que conquistou a última vaga de todas para o Major, conta com o experiente kNgV (cotado para ir para a MIBR), que sabe bem o que é a pressão da competição organizada pela Valve. Ele estava ao lado de LUCAS1 quando mou, AdreN e companhia colocaram água no chopp brasileiro. Porém, não há muitas pretensões para os Intrépidos nesse Major.
A equipe recentemente foi rebaixada da ESL Pro League e enfrentará elencos mais fortes e melhores ranqueados durante toda a competição. Resta torcer para que o individual brilhe e a INTZ consiga passar de fase. Será difícil, mas essa é a hora do astronauta tirar um coelho do capacete.
Brasil é o maior país do Major
Junto com a Rússia, o Brasil é o país que mais está levando jogadores para o StarLadder Berlin. Esse ano são cinco a mais do que o ano passado. Ainda assim, mesmo com as três equipes, os times brasileiros não são cotados para saírem com o título. Não que a justiça no CS:GO deva existir, mas o Canadá só está levando três jogadores sendo que dois estão na mais favorita para o torneio.
Apesar dos apesares, o país é gigante no Counter-Strike. São dois títulos da competição mais importante do ano, um segundo colocado e cinco vezes em semifinal. Por isso, se o mundo do CS:GO permite Tarik como MVP de um Major, não tem porque não acreditar em um milagre brasileiro.
E o milagre que o Brasil precisa em Berlim não precisa vir dentro do troféu. Não precisamos devolver o sete a um ou jantar dinamarqueses. Mas não custa sonhar que na cidade onde um dos muros mais emblemáticos foi ao chão, o tabu de um underdog brasileiro campeão também não seja derrubado.