Opinião: as regras do Major devem mudar urgentemente

O ano de 2018 mal começou e já temos a principal competição do cenário internacional de Counter-Strike batendo a porta. O ELEAGUE Major Boston, que começa esta semana, chega com um novo formato, que reúne 24 equipes, sendo 8 “Legends”, 8 vencedores dos Minors e 8 “Challengers”. No quesito competitividade, o campeonato parece estar evoluindo, pois, mesmo abrindo mais vagas para o torneio, continua muito disputado e abrangente. O grande problema é a falta de flexibilidade das regras, que abrangem o período classificatório e perduram até o início da competição.

ELEAGUE Major Boston
ELEAGUE se tornou uma das grandes produtoras de torneios de Counter-Strike (Foto: ELEAGUE)

No decorrer de 2017, acompanhamos algumas mudanças nas lineups de grandes times do cenário, como a Team Liquid, FaZe Clan e até a própria SK Gaming. A grande equipe brasileira substituiu felps por boltz, alteração que deu outra cara e motivação para a equipe. Na Team Liquid, a chegada de steelega, que deixou a cada vez mais decadente Immortals, deu uma nova pegada à equipe e atraiu fãs brasileiros para torcer ocasionalmente para os norte-americanos. Já na FaZe Clan, a entrada de olofmeister e GuardiaN no lugar de KioShiMa e allu, elevou a equipe a um outro patamar. Analisando toda essa “dança das cadeiras”, percebe-se que foram mudanças consideráveis e que fortaleceram suas respectivas equipes e, por consequência, tornariam o Major bem mais interessante. Mas as organização do campeonato não parece concordar muito.

steel Liquid
steel foi um dos “barrados” a jogar o ELEAGUE Major Boston (Foto: HLTV)

O grande desejo do esport é ser encarado como igual aos demais, pelo menos em alguns quesitos. A questão é que os esportes tradicionais conseguem ser mais flexíveis com algumas regras, possibilitando um diálogo e visando a qualidade do espetáculo. Fazendo um paralelo do Major com um campeonato de futebol, por exemplo, o esporte de campo possui mais de um período de inscrição de jogadores, afinal, imprevistos podem acontecer. Fora que os times possuem reservas, algo que é raríssimo em equipes de CS:GO.

A ausência dos atuais contratados na principal competição mundial quebra o ciclo de treinamentos, entrosamento e outros fatores. No caso da SK, boltz retornou aos Estados Unidos com o resto da equipe e está treinando, mas não participará do Major. Enquanto isso, felps continua no Brasil e deve embarcar para a terra do Tio Sam dias antes do inicio da competição. Para a Team Liquid a situação também não é das melhores, tendo que jogar com o técnico Zews, que não possui o mesmo nível de jogo do recém contratado steel, por razões óbvias.

Um caso mais recente e que culminou com a saída da equipe do torneio foi o da TyLoo. Após o visto de Hansel “BnTeT” Ferdinand ser negado, a organização não conseguiu entrar em um acordo com o seu ex-treinador Peacemaker, um dos únicos disponíveis a jogar competição por conta das regras. Com a impossibilidade de um substituto que não comprometesse a qualidade do elenco, o time teve que ceder a sua vaga.

BnTeT TyLoo
BnTeT teve seu visto negado e isso resultou na saída da TyLoo do Major (Foto: HLTV)

Casos não faltam para justificar a urgência das mudanças nas regras de inscrições no CS:GO. A necessidade de cumpri-las sem que haja uma discussão com as organizações e times, prejudicam o espetáculo e a competição. Se caso a ausência de dev1ce perdurasse, não poderia ser aberta uma exceção para a equipe? E se essa alteração fosse decisiva para a Astralis conquistar o título? O ideal seria que os grandes nomes do cenário se pronunciassem de forma organizada para propor a discussão desta e outras regras que “amarram” o cenário e tiram o brilho da maior competição de CS do mundo.

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