Pancc: “Quero fazer algo que nenhum jogador tenha conseguido, e vou trabalhar para isso”
O The Clutch teve a oportunidade de entrevistar um dos melhores jogadores do CS:GO nacional na atualidade — Fillipe “pancc” Martins. O atleta da W7M Gaming falou sobre o cenário profissional brasileiro, a entrada de realziN na equipe e suas expectativas para 2019.
Qual foi seu primeiro contato com o Counter-Strike? Você já havia se dedicado a algum jogo parecido?
Eu comecei a jogar CS em 2009/2010, na época era CS 1.6. Joguei até meados de 2012, onde depois de um tempo resolvi migrar para o League of Legends. Voltei em 2016, mas dessa vez no CS:GO.
O que acha do cenário brasileiro de CS:GO?
Acho um cenário rico de jogadores talentosos e promissores, mas com pouco investimento das organizações e empresas. Ainda falta um pouco de profissionalismo para o nosso cenário disparar, mas sinto que isso está mudando com o tempo, principalmente em relação a eventos. Do ano passado pra cá, as empresas têm investido muito aqui com os campeonatos e isso é ótimo pra nós.
O que sua família acha de você ser um jogador profissional? Eles aceitam ou têm algo contra?
Atualmente, minha família me apoia bastante, mas no início de tudo houve muita dificuldade deles entenderem que era isso mesmo o que eu queria. Isso foi na época do ensino médio, com 16, 17 anos. Mas com o tempo eles começaram a aceitar e ir me apoiando a seguir em frente.
Qual é a maior dificuldade em ser um profissional no Brasil?
Atualmente, é conseguir espaço dentro do cenário. Eu, particularmente, acho que nosso cenário não é tão receptivo com novos jogadores e times. Tem muito “preconceito” para aceitar times novos, para ser aceito em grupos de treino, para os times do Tier 1 quererem treinar contra, sabe? Eu já passei por isso, e vejo jogadores novos passando por isso. É algo “natural”, mas não acho certo. O correto seria todos terem o mesmo espaço e oportunidades de evoluírem juntos.
Como é sua rotina no CS:GO? Quantas horas treina, como é a preparação, etc.?
A nossa rotina de treino é das 15h-16h da tarde até 00h. Meu treino individual eu começo antes disso, por volta das 13h-14h. Vou jogando aim_botz para treinar minha mira e manter minha memória muscular até a hora dos jogos. Geralmente é o que mais me sinto confortável praticando.
Qual o jogador mais te inspira no cenário internacional? Aquele que você mais assiste demos e estuda.
Olha, acho que jogador que eu mais assisto demos não tem. Eu vejo PoV (ponto de vista) de jogadores variados, mas nunca teve um que eu assisti muito. Como inspiração pra mim foi o ScreaM, pelo estilo de jogo e porque eu sempre admirei muito o fato dele nunca desistir dos objetivos, e pra mim isso vai além de tudo.
Agora em relação a PoVs e demos, particularmente eu gosto de assistir jogadores que realizam a mesma função que eu. NiKo, cold, às vezes assisto o sergej. Vejo PoV do Liazz da Renegades também, que é um jogador novo e muito bom e faz algunss padrões iguais aos meus. Gosto de assistir o refrezh jogar também.
Qual é a sensação de estar jogando em um dos melhores times do Brasil?
Cara, a sensação de ser vitorioso é ótima sempre, mas ainda temos bastante o que melhorar e títulos para vencer esse ano. A gente sabe que temos muito o que evoluir ainda e que atualmente o que estamos jogando não é o nosso potencial completo, e quando nós podemos, somos imbatíveis.
Com a entrada do realziN na equipe, vocês vão fazer alguma grande mudança in-game? (posições, funções, estilo de jogo, etc.)
Eu acredito que sim. É provável porque um jogador novo requer essas mudanças. Não só para o time todo se adaptar mas até pra ele também. Cada jogador tem suas diferenças, seus estilos, ângulos que gosta de jogar, então são coisas que requerem mudanças dentro do jogo, mas eu tenho certeza que 2019 será um grande ano para nós, o realziN é um ótimo jogador.
Qual seu maior sonho dentro dos esports? Espera jogar em uma equipe grande como a MiBR?
Eu tenho muitos sonhos, dentro deles com certeza ser campeão mundial, representar bem o meu país e fazer história dentro do jogo. Quero fazer algo que nenhum jogador tenha conseguido, e vou trabalhar para isso.
Em relação a equipes, não é algo que eu penso exclusivamente, porque acredito que propostas sempre serão fruto e consequência do meu trabalho. Então meu foco primário é sempre treinar, me dedicar e render o melhor possível nos campeonatos. Vencer tudo o que eu puder aqui para depois pensar em grandes equipes
Você teria algum conselho para quem quer ser profissional de CS:GO no Brasil?
Acreditar em si próprio em primeiro lugar. Durante sua caminhada, muitas pessoas irão desacreditar, duvidar do seu potencial, ,mas o mais importante é você confiar em si e seguir em frente. Não deixe que ninguém atrapalhe a sua essência e paz interior. Todos são capazes de realizar os seus sonhos, basta saber quantas vezes você consegue se reerguer.
Agora deixaremos esse espaço livre para você deixar alguma mensagem que queira.
Gostaria de agradecer a The Clutch pelo espaço, pela oportunidade e foi uma honra grande conceder essa entrevista. Obrigado!