Um gênio chamado flusha

Robin Rönnquist, sueco de 25 anos, é jogador profissional de Counter-Strike desde 2009. Considerado um dos melhores da história, flusha é multicampeão e integrante de conquistas incríveis. O Señor Vac, como é conhecido, foi contratado pela Fnatic em agosto de 2013 e foi aí que começou a construir sua rica trajetória.

Ao falar de flusha, logo lembramos dos títulos que o profissional conquistou ao lado de seus companheiros, entre eles, três Majors: DreamHack Winter 2013, ESL One: Katowice 2015 e ESL One: Cologne 2015, além de ser MVP em Cologne, na Alemanha.

Fnatic campeã do ESL One: Cologne 2015 e flusha com o troféu (Foto: HLTV)

Outro grande feito do sueco foi estar na lista dos 20 melhores jogadores do ano da HLTV por 4 vezes. Em 2013 ficou em 13° lugar, 2014 em 2°, 2015 em 5° e em 2016 ocupou a posição número 10. Uma grande perda ao Counter-Strike não ter premiado um jogador deste calibre como melhor do ano.

flusha, no início do CS:GO, era conhecido como “clutch king”, o rei do clutch, por sempre se dar bem em situações adversas, ao ganhar sozinho, de dois, três e até quatro jogadores. A Fnatic sempre confiou muito em sua inteligência, mira e habilidade não só em cenários de clutch, mas em qualquer situação que a equipe necessitava de suas brilhantes jogadas.

Também marcante na carreira do “worst player”, apelido que significa “pior jogador” (dado por ele mesmo, enquanto jogava em suas streams), foram as acusações de uso de hacks. Flusha sempre foi apontado como um possível usuário de cheats, daí o apelido de “Señor Vac”, que mais foi uma brincadeira por parte do próprio atleta para provocar aos que o acusavam de usar “aditivos” no jogo.

Estas tais acusações, renderam ao player várias entrevistas onde teve que explicar seu estilo de jogo, seu crosshair placement (colocação de mira) e até sua inteligência foi questionada nas acusações. Muitos diziam que ele não era tão inteligente assim, mas usava uma espécie de aim-lock para se sobressair perante seus adversários. Felizmente, nenhuma acusação foi comprovada e hoje, a fama de hacker é tratada como meme e perdeu o real ódio da comunidade, transformado em respeito pelo legado que o sueco construiu e pelas marcas que deixou na história do Counter-Strike.

A era de flusha e Fnatic se encerrou com a má participação no FACEIT Major 2018, onde a organização falhou em se classificar para a fase de mata-mata e garantir o status de Legends. Isso é marcante pelo fato de que JW, Krimz, Olofmeister e flusha eram os únicos players a terem disputado todos os playoffs de Majors desde o início das competições do CS:GO.

Com o fracasso da organização sueca, apenas Olofmeister (jogador da FaZe Clan) resta na lista dos que disputaram todas as fases finais de Majors no CS:GO.

flusha disputou todos os 13 mundiais da atual versão do Counter-Strike, com 12 playoffs, 4 finais, 3 títulos e 1 MVP (prêmio dado ao melhor jogador do torneio). Em um desses Majors, o sueco atuou pela Godsent, organização fundada por Pronax, seu ex-companheiro de time.

Agora, o jogador terá um novo desafio. Após ser colocado no banco de reservas, ele foi contratado pela Cloud9 para completar o elenco do time ao lado de seu velho conhecido Golden, também ex-jogador da Fnatic. A nova era na carreira de flusha começa na BLAST Pro Series Istanbul 2018 e sua primeira partida será contra a MIBR.

Doação para KaBuM.TD

Se ainda lhe faltam motivos para ser fã de flusha, aqui vai mais um.

Em 2015, nas fases de classificação do Major ESL One: Katowice, a equipe brasileira KaBuM.TD, formada por FalleN, fer, steel, boltz e zqk, não recebeu apoio da organização para ir à Polônia jogar o qualificatório do Major. A equipe então realizou um levantamento de fundos para ir dos EUA até o local do evento, com a ajuda da comunidade brasileira e mundial de CS.

FalleN em ação pela KaBuM.TD (Foto: HLTV)

FalleN e companhia conseguiram 5 mil reais logo no primeiro dia de doações, mas precisavam de aproximadamente 20 mil reais para bancarem viagem e hospedagem para os cinco atletas. Até dias antes do evento, a marca final ainda não havia sido atingida, mas o gênio que tratamos nesse artigo resolveu se tornar um dos nomes mais importantes do CS brasileiro, ironicamente.

Na época, flusha, que já era um jogador consolidado e campeão de Major, resolveu doar 4 mil reais para a estadia dos brasileiros na Polônia, o que possibilitou o time da KaBuM ir até a fase qualificatória, se classificar ao Major e competir em um dos maiores palcos do mundo, a arena de Katowice. Foi o início da brilhante história do elenco brasileiro que, anos depois, virou Luminosity GamingSK Gaming, bicampeão de Majors.

Esse é o motivo que todo brasileiro deveria respeitar flusha. A história brasileira só foi possível pelo investimento e ajuda de um jogador consolidado no cenário. Até hoje, FalleN e companhia são gratos pela doação do sueco e se esse não é motivo para o jogador ser respeitado por nós, nada mais seria. flusha é um gênio in-game e um visionário fora dele.

Obrigado por tudo que você fez pelo Counter-Strike até agora, Señor Vac, tenho certeza que você ainda tem uma longa trajetória a cumprir.

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