A Valve, em um post no blog oficial do Counter-Strike, comentou sobre a exclusividade na participação de times em competições. A pauta vem após os anúncios da ESL Pro Tour e da BLAST Premier, as novas ligas de CS:GO que estrearão ano que vem.
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— CS:GO (@CSGO) September 18, 2019
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Exclusividade de competições e propriedade compartilhada
A Valve, no post do seu blog, comentou que queria impedir que terceiros criassem exclusividade para os times em seus eventos, alegando que isso pode ser muito prejudicial ao ecossistema do CS. Na postagem, a empresa disse que “recentemente, houveram passos em direção a uma ampla forma de exclusividade, onde as equipes que competem em um evento específico estão impedidas de participar dos eventos de outro operador”, sem citar quais são as competições.
A desenvolvedora completou falando que “essa forma de exclusividade é um experimento que pode causar danos a longo prazo. Além de impedir a concorrência de outros operadores, a exclusividade impede que outros eventos mantenham o ecossistema do CS:GO funcionando, caso um evento individual falhe”. E ao final afirmou que “no momento, não estamos interessados em providenciar licenças para eventos que restringem seus times participantes de jogar outros eventos“, o que pode ser o fim de regras como da CBCS (Campeonato Brasileiro de Counter-Strike) e da ESL Pro Tour, que impuseram restrições aos elencos de suas ligas.
No mesmo post, a Valve também expôs suas regras para o que ela chama de “Propriedade compartilhada”, que são os casos onde organizadoras de torneio possuem direito sobre algum time participante ou uma empresa possua múltiplos times em uma mesma competição. A visão da desenvolvedora é que não pode haver conflito de interesses entre as partes participantes, sendo assim para participar dos Majors, jogadores, equipes e organizadoras “são obrigados a afirmar que não têm envolvimento comercial (incluindo, entre outros, gerenciamento compartilhado, propriedade compartilhada de entidades, licenciamento e empréstimos) com qualquer outra equipe participante ou seus jogadores”.
O mais famoso desses casos foi o da RFRSH, que controla os direitos da BLAST e também tinha os direitos da marca Astralis. Devido à regra, a RFRSH vendeu a marca Astralis, além da sua outra marca competitiva, a Origin, que atua no League of Legends.
Repercussão do post
Nenhuma das organizadoras de campeonatos se manifestou sobre o que a Valve disse no post. A BLAST Premier não definiu nada sobre termos de exclusividade ainda, entretanto a ESL estipulou em seu livro de regras da Pro Tour uma possível cláusula em relação ao tema, que é citada em uma apuração do site Dexerto. Confira o trecho:
Começando em 1º de janeiro de 2020, todos os times participantes da Pro League não deverão jogar em outras ligas de Counter-Strike, isso significa competições não patrocinadas pela Valve quando o primeiro de competição (excluindo os classificatórios) e a grande final estão a um período de 14 dias, além da Pro League.
No Brasil, a exclusividade também existe com o Campeonato Brasileiro de Counter-Strike (CBCS), que funciona no formato de franquia, onde as equipes não podem jogar outros torneios nacionais durante a temporada. No entanto, não há restrições para campeonatos internacionais e qualificatórios para os mesmos.
Direitos de mídia e streams
Quanto aos recentes banimentos de vários streamers durante as transmissões do StarLadder Berlin Major, devido aos direitos de mídia sobre o evento, a Valve disse:
Ao longo do ano, os operadores de torneios usam seus eventos para estabelecer relacionamentos com patrocinadores e parceiros de mídia. Quando chega a hora dos Majors, achamos importante que eles não atrapalhem os relacionamentos existentes. Por esse motivo, o operador do torneio Major sempre foi a única parte que teve uma licença para transmitir o Major.
Ainda completou:
Esperamos que nossos parceiros de Major sejam os mais inclusivos possíveis. Espera-se que os operadores de torneios Major trabalhem com streamers, afim de fornecer aos espectadores acesso a conteúdo alternativo valioso e idiomas não atendidos, seja através de transmissões oficiais ou de outra forma. Qualquer pessoa que queira oferecer uma perspectiva única e co-transmitir o Major, deve entrar em contato com o operador do torneio com antecedência, afim de garantir uma boa experiência para todos os envolvidos.
Para maiores informações acesse o post do blog oficial do CS.
Foto de capa: ESL