Akkari: “São as Olimpíadas que precisam dos esports, não o contrário”

Durante o anúncio do escritório e centro de treinamento de 1.200 m² da FURIA, o The Clutch teve a oportunidade de conversar com o co-CEO da organização, André Akkari. Na ocasião, o executivo falou sobre a expectativa em relação ao anúncio da primeira Olimpiadas de esports e também da Copa do Mundo de jogos eletrônicos, ambas competições hospedadas pela Arábia Saudita.
Certamente, um ponto de grande debate em torno dessas competições é o país anfitrião, a Arábia Saudita, que é bem criticado por seu regime ditatorial e por supostas violações dos direitos humanos. No entanto, Akkari destaca que os sauditas são bons anfitriões: “Eu peguei um avião e fui para lá… Não é bem assim como dizem”.
“Eu falo pra caramba e não fui podado por ninguém”, complementa.
O executivo, inclusive, disse que foi encorajado a falar o que quisesse, mas ressalta que é preciso entender e respeitar alguns costumes: “Eu vou com a minha esposa na rua e vou beijar ela de língua? Não, né! Respeita”.

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Akkari também conta que a FURIA não deixará de erguer bandeiras e apoiar causas que hoje fazem parte do DNA da organização. “A gente vai mandar mulheres, pessoas negras, trans… Vamos cutucar e ver como funciona”, contou.
FPS e MOBA de fora dos Jogos Olímpicos
Ao que tudo indica, os jogos de tiro (FPS) e os MOBAs estarão de fora da primeira edição dos Jogos Olímpicos de esports. Sobre essa possibilidade, Akkari comenta: “Não me surpreende. É preciso entender. Eu não imagino os Jogos Olímpicos de esports perfeitos sem o Counter-Strike, mas é um processo. Aos poucos, as pessoas vão evoluindo e gente nova vai chegando”, fazendo referência ao Comitê Olímpico.
Por fim, ele ressalta a necessidade da comunidade reconhecer a importância do cenário eletrônico e crava: “De verdade, as Olimpíadas precisam muito mais dos esports, não o contrário”.