Afinal de contas, skin dá skill? Veja o que diz a psicologia 

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Imagem: Reprodução/Riot Games

Presente em grande parte dos jogos, sobretudo aqueles de serviço que são atualizados constantemente com novos conteúdos, os itens cosméticos — skins de armas, visuais, apresentação de destaques, entre outros — acabam tornando nosso personagem “único”. Mas será que elas podem, de alguma forma, melhorar nosso desempenho? O The Clutch foi atrás da ciência para tentar decifrar um dos maiores mistérios do mundo dos games: skin dá ou não dá skill (habilidade)?

Antes do veredito final, ouvimos também opinião de pessoas que vivem cercada delas (as skins) e trabalham diariamente com os games. O streamer de Rainbow Six Siege Nerd Engenheiro, levanta um ponto interinaste.

“No caso das skins de armas que só o próprio jogador vê, é algo meio relativo. Uma skin do seu time, por exemplo, pode trazer mais confiança em uma trocação. Mas existe o caso das skins de corpo todo, que podem ajudar o jogador a se camuflar no mapa, ou acabam o deixando muito exposto”, afirma o streamer.

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Skin de R6 temáticas de Rick and Morty (Imagem: Reprodução/Ubisoft)

O veredito: o que diz a psicologia 

Em entrevista ao The Clutch, a psicóloga e gamer Karolina Florindo explicou um pouco sobre como a competição afeta nosso corpo durante uma partida online. 

“Acredito que a relação do sujeito com a competição em um jogo online será uma experiência única para cada um, devido a história de vida e até mesmo a sociedade em que a pessoa está inserida. Há pessoas que podem se deliciar ao jogar num modo competitivo, outras podem detestar essa experiência online”, explica.

“Durante o jogo, alguém pode se sentir animado, feliz ou até motivado. Ao passo que outra possa ficar irritada, triste ou ansiosa. Conforme os rounds, os sentimentos vêm à tona e isso afeta o nosso corpo todo, seja na liberação de dopamina, adrenalina e serotonina que vão ajudando na regulação do humor e até, em alguns casos, nos proporcionando bem-estar”, acrescentou.

“Além disso, as condições de jogo — jogar com amigos ou desconhecidos, baixa internet, teclado ou mouse velho — podem influenciar no desempenho, nos levando a sentir e a se deparar com as mais diversas emoções, desde medo até euforia. Ninguém no server está isento de sentir emoções. Ao longo das partidas, os estímulos nos são apresentados e nosso corpo responde, a partir dos contextos, levando em consideração nossa história de vida para/com o jogo”, concluiu a psicóloga formada pela Universidade Metodista de São Paulo. 

Agora, a pergunta que não quer calar. As skins podem ou não beneficiar um jogador? 

“Excelente questionamento, confesso que eu mesma adoro jogar com alguma skin. Contudo, não acredito que skin dá skill. O que pode vir a ocorrer é que acabamos nos encontrando mais imersos na realidade do jogo, quando adquirimos algum produto relacionado a ele”, explica a psicóloga.

“A skin pode ser uma forma de convidar mais pessoas a se identificarem e se conectarem com determinado jogo. O que pode aumentar a vontade de jogar talvez. Daí, surge o pensamento de que um item personalizado pode auxiliar durante a jogatina”, acrescentou.

“As pessoas partem de crenças, achismos e até um pouco do senso comum: ‘se eu jogar com aquela skin vou conseguir eliminar mais inimigos’. Mas não há como garantir que ao utilizar uma skin o seu desempenho será melhor. Essa melhora de desempenho vem de prática, condições sociais favoráveis, investimento, tempo de qualidade e muitos fatores mais complexos do que possuir determinada skin”, finaliza.

Neymar tem sua própria skin em Mobile Legends (Foto: Reprodução/Moonton)

Os perigos do consumo desenfreado 


A profissional também alertou para os riscos do consumo excessivo dentro dos jogos. Muitas vezes, esse sentimento de querer fazer parte de algo e ter um item igual ao seu jogador favorito pode levar a sérios problemas.

“Acredito que a skin pode ser uma forma de expressão do sujeito, entretanto devemos ter a dimensão do mundo virtual e do mundo real‘, o que é tangível e material das nossas vidas. Os itens adquiridos através do jogo não ultrapassam barreiras físicas, aquilo que foi adquirido ficará no inventário do usuário, sem haver um contato direto com o sujeito”, explica.  

O consumo de skins não é algo nocivo por si só. Contudo, ao se tornar frequente e exagerado, é possível que haja consequências aversivas para o consumidor. Por exemplo, uma pessoa ao gastar mais do que recebe, na tentativa de garantir todos os itens colecionáveis dentro do jogo, ela poderá arcar com dívidas e questões financeiras que extrapolam as telas”, alerta a profissional.

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