A KRAFTON, desenvolvedora do PUBG Mobile, revelou que a Arábia Saudita receberá o PUBG Mobile World Invitational (PMWI) 2022, campeonato de meia temporada do battle royale. A competição acontecerá entre os dias 11 e 20 de agosto em Riad, capital do país do Oriente Médio, contará com uma premiação total de US$ 2 milhões e terá a brasileira Vivo Keyd na disputa.
O torneio acontecerá como parte do Gamers8 Festival, evento realizado pela Federação de Esports Saudita, junto com outras cinco competições. O país, no entanto, acumula um histórico de críticas por parte da comunidade de esports.
Em 2020, tanto a Riot Games quanto a BLAST haviam anunciado a NEOM, cidade futurista da Arábia Saudita, como patrocinadora oficial da LEC, liga europeia de League of Legends, e dos campeonatos de CS:GO, respectivamente. A novidade não agradou a comunidade, principalmente os casters, que reagiu de forma negativa. Após a repercussão, as duas organizadoras voltaram atrás na decisão (veja mais aqui e aqui).
Vale ressaltar que a parceria com a Arábia Saudita vai de encontro com uma das causas que a desenvolvedora do MOBA luta: a LGBTQIAP+. Isso porque o país árabe não conta com leis contra discriminação sexual ou de gênero. Além disso, até pouco tempo atrás, os direitos das mulheres eram extremamente restritos. Elas não podiam dirigir e nem morar sozinhas sem a permissão de um homem.
Este ano, a Savvy Gaming Group, empresa financiada pelo fundo soberano saudita, também comprou as empresas ESL e FACEIT, notadamente conhecidas por seus campeonatos de CS:GO e que se fundiram no início deste ano. Elas, por sua vez, serão responsáveis pela organização do PMWI 2022.
O governo saudita vem sendo acusado de “esportswashing”, uma tentativa de usar os jogos eletrônicos profissionais e investimentos esportivos para desviar a atenção da comunidade internacional do histórico de direitos humanos do país, particularmente relacionado aos direitos ao movimento LGBTQIAP + e das mulheres. Por outro lado, todas essas investidas fazem parte de um plano da Arábia Saudita de diminuir a dependência do petróleo e atrair mais turismo à região.