O verde e amarelo foi estampado no Rainbow Six Siege em 2021

Foto: Kirill Bashkirov/Ubisoft

Uma coisa é notória: o Brasil nunca foi motivo de piada no Rainbow Six Siege. Mesmo em períodos de pouco sucesso mundial, como em 2019, a região continuava proporcionando verdadeiros espetáculos ao público. Um exemplo disso é o clutch de Thiago “xS3xyCake” Reis contra a alemã Mock-it Esports no Six Invitational daquele ano, responsável por vencer a categoria de Melhor Jogada do Ano no Esports Awards. Entretanto, nada se compara com o que o país fez em 2021. O desempenho da modalidade nesta temporada está marcado para sempre na história dos esportes eletrônicos.

Arthur “TchubZ” Martins chorando ao vencer o Six Major Mexico (Foto: Ubisoft/Eric Ananmalay)

A vingança dos Ninjas, um ano depois

Desde o triunfo da Team Liquid em Atlantic City, nas finais da sétima temporada da Pro League em 2018, o Brasil não via um representante vencer uma competição de alto calibre. Aparentemente, algo sempre faltava e tanto equipes da Europa como da América do Norte estavam sempre um passo à frente. Porém, hoje em dia, inverteram-se os papéis.

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Foi no Six Invitational, disputado na França em maio deste ano, que a brincadeira começou. Depois de longos meses sem competições, fãs de todos os cantos do mundo esperavam ansiosamente pela oportunidade de assistir às diferentes regiões batalhando entre si novamente. Vale lembrar que a memória mais recente de um embate internacional era a grande final da última edição, realizada em fevereiro de 2020, quando a Ninjas in Pyjamas, liderada por Gustavo “Psycho” Rigal, amargou a 2ª colocação ao perder de virada para a gigante Spacestation, da lenda norte-americana Troy “Canadian” Jaroslawski.

No entanto, neste ano, o domínio foi completamente brasileiro no Invitational, com destaque ao pódio composto por NIP, campeã, Team Liquid, vice, e MIBR, na terceira posição, mas sem esquecer das também gigantes FaZe Clan, FURIA e Team oNe. Assim, a comunidade mundial de Rainbow Six passou a enxergar o Brasil com outros olhos. A região, que anteriormente apresentava certa consistência em torneios internacionais, mas em partidas importantes “pipocava”, começava a se tornar uma pedra no sapato das equipes mais prestigiadas do cenário.

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Após o 2º lugar em 2020, os Ninjas se sagraram campeões mundiais em 2021 (Foto: Kirill Bashkirov/Ubisoft)

A magia existe, basta acreditar

Alguns meses depois do Invitational, outra oportunidade de mostrar a força do Brasil se aproximava: o Six Major, desta vez no México. Os classificados da vez foram NIP, Team Liquid, FURIA e Team oNe, e mais um baile brasileiro em território estrangeiro.

Ainda que, infelizmente, os Ninjas não tenham conseguido levar adiante a dinastia que haviam proposto, o Brasil foi muito bem representado por suas equipes remanescentes no mata-mata. Entretanto, mesmo antes de ganhar o torneio, os holofotes estavam merecidamente voltados ao jovem elenco liderado por Lorenzo “Lagonis” Volpi.

A Team oNe fez o surreal para passar de fase. Praticamente sem possibilidade de sucesso, o esquadrão não se deixou abalar e, de forma resiliente, venceram as últimas partidas contra a americana Soniqs e a japonesa CYCLOPS pelos placares mínimos para não serem eliminados. Assim, forçaram uma partida de desempate e ao ganharem, foram instantaneamente do lixo ao luxo. A equipe tinha exatamente 0,4% de chance de passar para os playoffs, mas não desistiu até voltar ao Brasil com a taça em suas mãos. Não tinha mais o que fazer: ninguém era ousado o suficiente para não “acreditar na magia” — como diz o bordão da organização.

Depois de fazerem o impossível, os Golden Boys dominaram o México (Foto: Kirill Bashkirov/Ubisoft)

O trabalho árduo recompensa no final

Após toda a montanha russa de emoções que foram as disputas, as provocações, e a campanha, de modo geral, da Team oNe no Major, o cenário global finalmente se deu conta de uma coisa: jamais subestime os brasileiros. Nem se estivermos nas piores condições possíveis, não duvide do nosso potencial.

No início do mês de novembro, a chance de manter a sequência de conquistas do país e fechar o ano com chave de ouro chegava na Suécia, com outra edição do Six Major. Para as terras nórdicas, qualificaram-se a FaZe Clan, que estava há três anos em busca de um título internacional, os Golden Boys, atuais campeões, a Ninjas in Pyjamas – novamente, em busca da oportunidade de construir uma dinastia -, e a ainda jovem, porém mais experiente, FURIA.

Embalada de um título continental ao vencer a Copa Elite Six, a FaZe chegou “pisando fofo” na Suécia, passando para o segundo dia de competição invicta, tanto em mapas quanto em rodadas. A má sorte do campeão continuava, pois enquanto Team oNe era eliminada na fase de grupos, o trio brasileiro restante seguia aos playoffs. Ao começar a fase final, não restavam dúvidas sobre a FaZe: bateram na francesa BDS, na sensação coreana DWG e, na grande final, ganharam por três mapas a dois da conterrânea NIP. Leonardo “Astro” e Gabriel “cameram4n”, que tanto esperaram por este momento, enfim subiram no topo do pódio mundial.

Três anos após ingressar na modalidade, a FaZe Clan venceu um campeonato internacional (Foto: Kirill Bashrikov/Ubisoft)

No próximo sábado (4), o término do calendário competitivo de 2021 se aproxima com as finais do BR6. Team Liquid e Ninjas in Pyjamas irão disputar o título mais valioso no momento, o de campeão brasileiro. A decisão poderá ser assistida pela Twitch e pelo YouTube, nos canais oficiais da Ubisoft.

A partir de agora, basta ao povo, e a todos os envolvidos, celebrar. Foram anos de trabalho, choro, suor e dedicação de centenas de pessoas, mas finalmente, a nossa hora chegou. O Rainbow Six está estampado de verde-amarelo e se tornou o orgulho do país.

É oficial, estamos vivendo a “Era Brasil”. E ela está apenas começando.

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