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VALORANT: panorama da LOUD em 2022 e expectativas para Copenhagen

O ano de 2022 tem sido muito próspero para a LOUD no VALORANT. Invicta no Brasil e vice-campeã do Masters Reykjavík, a equipe liderada por Mathias “Saadhak” Delipetro alcançou marcas históricas dentro do FPS da Riot Games em território nacional e, sem dúvida nenhuma, é um dos grandes candidatos a vencer o Masters Copenhagen.

Dessa vez, esta será uma reportagem um tanto diferente. Desfocando das pautas jornalísticas, será para falar sobre as campanhas da LOUD nas Etapa 1 e 2 do Challlengers Brazil e mostrar o que mudou de lá pra cá. Tudo isso para entender como este time chegará na Dinamarca, agora na fase de grupos, em busca do título inédito para o Brasil. Os números utilizados são do portal vlr.gg.

Campanhas no Challengers Brazil: Etapa 1 e Etapa 2

Imbatíveis no Brasil em 2022

Etapa 1

Séries vencidas14
Mapas vencidos30
Mapas perdidos2
Vitórias (2-0/3-0)12
Vitórias (2-1/3-1/3-2)2

Etapa 2

Séries vencidas7
Mapas vencidos16
Mapas perdidos0
Vitórias (2-0/3-0)7
Vitórias (2-1/3-1/3-2)0

Para a primeira etapa, a equipe da LOUD (antes chamada de Pancada e Amigos) precisou jogar a qualificatória aberta para chegar ao título do Challengers Brazil. Já na segunda, o time disputou a fase de grupos e, portanto, o número de séries caiu pela metade em relação à edição anterior.

Embora a quantidade de séries e mapas tenham grandes diferenças (em quantidades jogadas), a consistência de resultados se manteve. Na segunda etapa, porém, a LOUD conquistou uma campanha histórica no cenário brasileiro.

Mapas no Challengers Brazil: Etapa 1 e Etapa 2

Etapa 1

MapaV (%)V ATK (%)V DEF (%)
Bind (3)1008563
Haven (6)1007373
Split (1)1008850
Ascent (8)1006173
Icebox (6)836469
Breeze (3)1008869
Fracture (2)507154
Total90,475,764,4
Dados: vlr.gg

Etapa 2

MapaV (%)V ATK (%)V DEF (%)
Bind (2)1006753
Haven (1)1008367
Split (2)1006546
Ascent (2)1009469
Icebox (1)1007580
Breeze (3)1007575
Fracture (3)10010092
Total10079,868,8
Dados: vlr.gg

Ainda que exista uma grande discrepância na quantidade de mapas e séries jogadas entre as etapas, é sempre bom destacar algumas mudanças sutis em alguns cenários jogados pela LOUD ao longo da temporada — seja no ataque ou na defesa. Um exemplo a ser utilizado é a Breeze (em ambas as etapas, o mapa apareceu três vezes).

Na Etapa 1, o time obteve 88% de vitória no ataque contra 69% na defesa (uma diferença de 19%). Já na Etapa 2, conseguiu equilibrar a balança, com 75% de vitória em ambos os lados. Isso, falando em termos estatísticos, pode significar que o time está mais sólido na Breeze.

Grande evolução na Fracture

Sobre a Fracture, mapa menos jogado e um dos “grandes vilões” da LOUD na primeira etapa, houve uma melhora ainda mais significativa. Antes, foram duas partidas e uma vitória, conseguindo 71% de triunfo no ataque contra 54% no lado defensivo. Em relação à etapa mais recente, é 100% de vitória como atacante e 92% defendendo.

Vale destacar que, em três oportunidades, a LOUD escolheu Fracture uma única vez — contra Gamelanders (vitória por 13 a 2). O segundo resultado, onde houve atropelo da equipe, não foi seu mapa de escolha e aconteceu contra Stars Horizon (escolha adversária), com um sonoro 13 a 0.

Sim, diferentemente daquela Fracture perdida para a OpTic na Islândia, hoje ela é um dos mapas mais fortes da equipe, mesmo sem ser sua principal escolha para os embates. O time conseguiu usar a experiência no torneio internacional de abril e conseguiu aperfeiçoar suas execuções em ambos os lados do mapa.

Split: realmente uma incógnita?

Uma das coisas que chamam a atenção na LOUD é o mapa da Split. Na segunda etapa, foram dois confrontos disputados, sendo o mais acirrado contra Gamelanders (vencido por 17 a 15). Embora tenha conseguido vencer, é nítido que este mapa ainda precisa ser melhor trabalhado pelo time — afinal de contas, a Split é uma escolha forte de diversos times do exterior como, por exemplo, OpTic e KRÜ (esta última, adversária na estreia em Copenhagen).

Em coletiva recente pelo Challengers Brasil, Saadhak destacou que a Split é um dos mapas mais fortes da LOUD, mas que foi descoberto há pouco tempo. Além disso, chegou a comentar da necessidade de aperfeiçoar a maneira como jogam o mapa. Segundo o IGL, a expectativa é de que as coisas melhorem para a Dinamarca.

Estatísticas individuais: Etapa 1 vs Etapa 2

Entre as duas etapas disputadas em 2022, o artigo considerou apenas os números dos jogadores da LOUD a partir da fase de grupos. Deste modo, os comparativos mostram uma nítida evolução no número de cada um dos atletas.

Legenda para as siglas:

  • Pontuação Média de Combate (PMC);
  • Abates, Assistências, Sobrevivências e Trocas (KAST);
  • Abate por round (APR);
  • Primeiro abate por round (FKPR);
  • Headshot (HS);

Aspas

Foto: Bruno Alvares/Riot Games Brasil

Etapa 1

PMC263.8
KAST (%)80
APR0.93
FKPR0.20
HS (%)24
Clutch (%)12
Dados: vlr.gg

Etapa 2

PMC272.9
KAST (%)75
APR0.96
FKPR0.17
HS (%)27
Clutch (%)35
Dados: vlr.gg

Aspas, sem dúvida nenhuma, apresentou grandes melhoras em suas estatísticas pelo cenário brasileiro. A mudança mais notória está justamente no percentual de clutch, subindo de 12% para 35%. Pode-se dizer que o jogador será um grande divisor de águas no que diz respeito a decidir situações desfavoráveis para a LOUD.

Less

Foto: Bruno Alvares/Riot Games Brasil

Etapa 1

PMC221.2
KAST (%)79
APR0.26
FKPR0.15
HS (%)24
Clutch (%)20
Dados: vlr.gg

Etapa 2

PMC249.9
KAST (%)77
APR0.91
FKPR0.16
HS (%)23
Clutch (%)22
Dados: vlr.gg

De um jogador mais retroativo para mais agressivo, como o próprio já disse em coletivas, Less também se tornou um dos pontos mais fortes. Antes usando mais agentes de apoio (como Killjoy, por exemplo), agora é um divisor de águas com Chamber. O operador, hoje, é sua principal escolha dentro das composições da LOUD, executado de forma magistral e com muito impacto.

Sacy

Foto: Bruno Alvares/Riot Games Brasil

Etapa 1

PMC226.5
KAST (%)81
APR0.79
FKPR0.10
HS (%)29
Clutch (%)27
Dados: vlr.gg

Etapa 2

PMC201.3
KAST (%)80
APR0.69
FKPR0.09
HS (%)24
Clutch (%)15
Dados: vlr.gg

Principal nome da LOUD na temporada, Sacy manteve consistência em alguns atributos, porém em outros teve uma leve queda, sendo o mais notório o percentual de clutch. Apesar das alterações nas estatísticas, o jogador continua com grande impacto em momentos-chave a favor de sua equipe e sempre pronto para desequilibrar qualquer partida.

pANcada

Foto: Bruno Alvares/Riot Games Brasil

Etapa 1

PMC203.1
KAST (%)82
APR0.40
FKPR0.08
HS (%)33
Clutch (%)31
Dados: vlr.gg

Etapa 2

PMC181.4
KAST (%)80
APR0.68
FKPR0.06
HS (%)35
Clutch (%)21
Dados: vlr.gg

Main Ascent, como é apelidado por muitos dentro da comunidade, pANcada é outro jogador que se mantém consistente em seus dados. Mesmo fazendo a função de Controlador, o jogador é o mais letal do quinteto, com 35% de HS. Embora o percentual de clutch tenha caído, se engane que pANcada não seja perigoso nesta situação — é bom os times do Masters terem cuidado com ele (ou não).

Saadhak

Foto: Bruno Alvares/Riot Games Brasil

Etapa 1

PMC227.0
KAST (%)77
APR0.78
FKPR0.12
HS (%)19
Clutch (%)14
Dados: vlr.gg

Etapa 2

PMC225.1
KAST (%)76
APR0.77
FKPR0.13
HS (%)23
Clutch (%)17
Dados: vlr.gg

Por fim, a mente por trás deste time, que faz as coisas girarem, Saadhak segue consistente em números. Independentemente de não ser um jogador entry como aspas, letal como Less ou até mesmo preciso como pANcada, o IGL é, em muitas das vezes, o ponto de ignição da LOUD na hora de planejar os movimentos nos mapas. Além disso, ele sempre consegue fazer situações desfavoráveis para seu time se tornarem possíveis. É o grande cérebro da LOUD.

Expectativas para o Masters Copenhagen

vcb less

“Estamos muito mais preparados”, afirma Less

De fato, muita coisa mudou entre as Etapas do VALORANT Champions Tour. Em algumas oportunidades, durante as coletivas de imprensa, Less comentou sobre a questão do pouco tempo de preparo em Reykjavík, para disputar o Masters de abril. Porém, mesmo com esse empecilho, a LOUD conseguiu obter grandes performances diante de times renomados como Team Liquid, G2 Esports e OpTic Gaming.

Dessa vez, não estarão nos playoffs. Assim, o caminho será bastante complicado,e o bicampeão brasileiro ainda começará a caminhada enfrentando o maior carrasco do país em todo o VALORANT: a KRÜ Esports. Em seguida, pode encarar mais uma vez seu adversário na decisão da Islândia, a OpTic Gaming. Isso sem falar, é claro, da Guild Esports, outro grande time capaz de surpreender em solo dinamarquês.

Mesmo sabendo que a situação não será fácil, a LOUD já mostrou que é um dos, se não, o time mais forte do VALORANT em 2022. A equipe conta com pontos essenciais para um elenco extremamente competitivo: mentalidade forte, trabalho coletivo impecável e uns dos melhores jogadores individuais do Brasil (e do mundo). Embora existam barreiras, a LOUD sabe como quebrá-las. Se fizeram história na Islândia, com certeza farão de novo na Dinamarca.

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