“80% dos esports são violentos, por isso não investimos mais”, diz presidente do Barcelona

Ao ser perguntado sobre os esportes eletrônicos, Josep María Bartomeu, presidente do clube esportivo Barcelona, da Espanha, e também sócio e conselheiro delegado das empresas ADELTE e EFS, respondeu que o time não amplia seus investimentos na área porque “80% dos jogos são violentos”.

O clube espanhol possui times em games de cunho esportivo, sendo eles o eFootball Pro Evolution Soccer e o Rocket League. No caso do último, o Barcelona possui uma das equipes mais fortes do cenário mundial. Entretanto, Bartolomeu parece não sentir ‘atração’ por jogos de grande sucesso como CS:GO, League of Legends e Rainbow Six Siege.

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Declaração polêmica

A declaração veio em resposta a uma pergunta do jornalista Carles Escolán, da Radio Marca. Ao ser questionado sobre os esports, Bartomeu comentou que a maioria dos jogos competitivos de sucesso são violentos e isso vai de encontro aos valores do clube:

Temos equipes na Ásia que competem com as cores do Barça, mas não nos inserimos mais por causa de nossos valores. Não queremos participar de jogos violentos, que são 80%.

A declaração do presidente do Barcelona coincide com o que o presidente do Comitê Internacional Olímpico, Thomas Bach, disse em setembro de 2018:

Não podemos ter um jogo que promova violência ou discriminação no programa olímpico. Os chamados jogos de assassinato. Do nosso ponto de vista, eles são contraditórios aos valores olímpicos e, portanto, não podem ser aceitos.

No entanto, o chefe do COI, no final de 2019, disse que alguns jogos podem ter vaga em competições internacionais de esportes convencionais. Inclusive, o próprio COI comentou que “em relação aos outros jogos eletrônicos, pensamos que o movimento esportivo deveria se concentrar nos jogadores e gamers, e não em jogos específicos. Esse foco nos indivíduos deve promover a participação nos esportes e seus benefícios, bem como um estilo de vida saudável, incluindo um modelo de gestão em saúde para os competidores de elite dos esports, que inclua tanto a saúde física como mental”.

Mudança de paradigma?

Durante as Olimpíadas de Tóquio, que acontecerão entre 24 de julho e 9 de agosto de 2020, a Intel, em parceria com o comitê olímpico, realizará o Intel World Open, competição que levará Street Fighter e Rocket League ao local dos jogos. Isso mostra que os esports estão se integrando aos poucos nas competições convencionais. Ainda assim, games de combate, especialmente do gênero FPS, são tabu.

Porém, esses jogos vêm apresentando números significativos durante os últimos anos, desbancando em popularidade esportes convencionais. Um exemplo disso é o Free Fire, mobile game da Garena. Durante a grande final do Free Fire World Series, que foi realizada em novembro de 2019 no Rio de Janeiro, o game obteve recorde de espectadores no YouTube, chegando a alcançar mais de 1,2 milhões de fãs na transmissão oficial da competição. Além disso, Free Fire também foi o segundo game mobile mais baixado do ano passado.

Jogos mais antigos como League of Legends e CS:GO, que possuem um alto número de jogadores, também vêm expandindo sua popularidade e atraindo patrocinadores. Marcas não-endêmicas como Coca-Cola, BMW e Audi passaram a investir em equipes de esports, como na brasileira paiN Gaming, que possui elencos em diversas modalidades, inclusive nas citadas acima.

Visão retrógrada

Apesar disso, a dúvida sobre a aceitação desses games é reforçada com discursos como o de Donald Trump em agosto de 2019, após os tiroteios no Texas que deixaram 20 pessoas mortas. Em entrevista, Trump comentou que há a “necessidade de parar com a glorificação da violência na nossa sociedade, incluindo os horríveis e infelizes jogos violentos, agora, algo comum”. Na época, a declaração acendeu vários debates, sendo um deles de suma importância para a comunidade, trazido pelo especialista Rod “Slasher” Breslau.

Indo na direção oposta ao Barcelona, Flamengo e Corinthians mantém equipes de LoL e Free Fire, respectivamente, o que seria considerado por Bartomeu como “jogos violentos”. Outro exemplo é o Copenhagen FC, da Dinamarca, que possui a equipe North no CS:GO. Ainda que com uma certa resistência, mais clubes tradicionais estão se adentrando na área, em um movimento que parece não ter volta.

De 2018 até o fim do primeiro semestre de 2019, os esports, como um todo, tiveram um crescimento de mais de 185%. Além disso, o faturamento total da área bateu recordes em mercados como o Japão, o que dá mais que motivos para tantas equipes tradicionais do esporte estarem investido tanto nos últimos tempos.

Opinião do editor: Enquanto grandes nomes do esporte não verem os esports em geral como ferramenta de inclusão e uma real possibilidade de grande retorno financeiro, ainda teremos essas barreiras no crescimento da área, uma das que mais ascende no mundo hoje em dia.

 

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Foto de capa: Albert Gea/Reuters

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